terça-feira, 29 de dezembro de 2009

136ª Conversa - Natal...

O Natal era uma altura em que tinha tendencia a ficar triste... Quando era pequena, passava-o em casa dos avós maternos onde se juntava toda a familia. Eles partiram e a familia desfez-se. Agora mal nos cruzamos ou esquecemo-nos da sua existência. Passou a ser mais e cada vez mais a familia cá de casa... Passaram os anos, a familia tornou-se maior com duas crianças a alegrar a casa... Mas as crianças foram para longe e agora, para além de voltarmos à familia nuclear, sentimos a ausencia dos que estão longe. E isto faz com que não queiramos estar tao presentes... E a altura do Natal torna-se triste.

Mas este ano, o Natal foi um pouco diferente... ou pelo menos foi a minha visão das coisas... Não estou eu diferente? E assim... também a minha visão se torna diferente. Foi bom...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

135ª Conversa - 1 ano

O dia 22 de Dezembro ficou marcado em mim pelo inicio mais importante da minha vida: o inicio do meu investimento em mim. Foi no dia 22 de Dezembro de 2008 que começaram as minhas conversas com a Rute, e desde aí tanto que já mudou em mim e na minha vida: algumas situações a resolver, algum nós a desatar, a compreensão de coisas que não conseguia compreender... Mas acima de tudo, a minha visão de mim. E tudo isto faz-me pensar que, o meu melhor presente de Natal... fui eu própria e este investimento em mim.

Feliz Natal para todos!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

134ª Conversa - Existem descobertas...

... que nos fazem mudar a forma de estar e de ver as coisas. E quando assim é, há que tirar o maior partido disso mesmo. E assim cresceremos, seremos melhores e mais felizes. E não é isso o que mais importa?

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

133ª Conversa - O Suicidio (continuação)

A conversa de ontem foi intensamente detalhada sobre este assunto... Fui bastante dura e dificil. Este é sem dúvida um assunto bastante marcado em mim, apesar de já o ver de outra forma. Ontem tivemos que recuar àquele dia e voltar aos pormenores, mas mais do que isso, voltar às sentimentos daquele dia, aos pensamentos... Veio uma dor imensa, mas veio tambem uma melhor compreensão do que se passou e do que se devia ter passado... E quando a compreensão é maior as coisas tornam-se mais claras e passiveis de deixar lá atrás. Fiz um acordo com a Rute: sempre que me lembrar deste assunto terei que lhe contar! Teremos que falar muitas mais vezes dos detalhes, da imagem que tenho ainda tão nítida em mim... para que a possa esquecer.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

132ª Conversa - O suicidio

O suicídio é uma palavra que entrou no meu vocabulário há 14 anos. Foi um dia marcante em que me foram bater à porta e que me disseram: Telefona ao teu pai, o teu avô matou-se! Não obstante disso a minha mãe disse-me, do outro lado da linha telefónica: Não telefones ao teu pai, vai ver o que se passa! E eu fui... e deparei-me com a cena que não poderei ou não conseguirei esquecer: o meu avô deitado, de cara para o chão, com o chapeu caido ao lado da cabeça, e com o sangue pisado a subir-lhe da testa até a meio da cabeça careca... Depois disso tudo se torna nublado na minha cabeça mas foi um dia longo... muito longo.

Depois desse dia, surgiram vários sentimentos, conforme fui crescendo... O medo foi o primeiro. Medo que o meu pai fizesse o mesmo, porque o disse muitas vezes... e ainda diz. Depois veio a noção de que havia uma fuga facil para os problemas - o suicidio. Quantas vezes pensei em todos os pormenores?! Desde o sitio, a forma, as cartas que deixaria,... Mas nunca fui mais longe. O terceiro sentimento foi a revolta. Revolta por ter essa herança, por ele me ter marcado tão profundamente para a vida... E por ultimo veio a consciência de que Suicidio é uma cobardia e não solução... Não existe nada que não tenha solução! Mas vivo com esta sombra no meu caminho... sombra que combato com o sol de todos os dias.

Parabéns avô por estes 14 anos...
... que tanto me fizeste sofrer.

domingo, 29 de novembro de 2009

131ª Conversa - Foi uma semana..

... repleta de emoções e sentimentos! Algumas emoções muito tristes, algumas desilusões... Sentimentos de revolta, de medo, de cansaço... mas também de sentimentos alegria, de cumplicidade, de partilha, de felicidade... E assim é a vida: uma mistura de tanto e tão pouco.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

130ª Conversa - Outra crise...

... surgiu ontem à tarde, daquelas das antigas. Forte mas tambem que passou rapido, é certo... Estava eu convencida que estava já "curada" de determinadas coisas... quando sinto o chão a fugir-me de baixo dos pés e... depois nada faz sentido. Mas passou... e cá estou eu de novo... bem e forte!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

129ª Conversa - Ser ou não ser... é sempre a questão!

Muitas vezes olho para mim e tento avaliar o que sou ou como sou. Se por um lado sei que sou carente e por isso ter um lado que tento preencher com o carinho dos outros, por outro preocupo-me genuinamente com as pessoas de que gosto e quero bem! Preocupo-me com aquela amiga que está triste, preocupada ou com aquela que está doente... Preocupo-me e quero estar presente para tentar tornar aquele momento um pouco melhor. Mas tal como gosto de estar perto quando me preocupo, gosto também de surpreender aquela amiga com um gesto ou uma palavra... Gosto de sentir o sorriso e aquele conforto que só é transmitido quando sabemos que o sentimento é sincero.

Poderá ser carência, mas acredito que não o seja na totalidade... Acho que faz também parte de mim. E se por um lado julgo que a carência está a diminuir com as conversas da Rute, existe todo um outro lado meu que não quero perder.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

128ª Conversa - Não estive com a Rute e...

Ontem não estive com a Rute. Para além de ter uma reuniao importante à noite e precisar de estar concentrada e bem (o que nem sempre é uma garantia depois de estar com ela - não por ela mas são os efeitos!) mas também porque não sentia grande necessidade. As minhas ultimas semanas têm sido boas e sem grandes motivos de discussão por lá. Sei que lá atras ainda existem arestas por limpar e no futuro irão ainda aparecer momentos que ainda me farão estremecerei mas... Com menos frequencia, espero. Ontem não estive com a Rute e... sinto-me bem.

domingo, 15 de novembro de 2009

127ª Conversa - Uma semana sem escrever

Passou uma semana sem escrever aqui... Poderei dizer que foram as dores físicas que tenho tido (nada que não passe) que me fizeram estar ausente... gostava... mas acho que foi antes o não querer admitir que... existe uma pedra que me prende... e que eu preciso de a perder...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

126ª Conversa - Morrer aos 40

Desde muito nova sempre tive a plena noção que nao iria passar dos 40 anos. Não, não é porque tenho doenças hereditárias em que morrem aos 40 ou algo semelhante, nem tão pouco penso que aos 40 anos me suicidarei. Não sei bem como ou porquê mas cresci com essa ideia, uma ideia que vem mais do inconsciente do que propriamente do consciente.

Mas acho que, tendo consciência dessa "limitação" no meu panorama temporal, fui descorando nalgumas questões de saúde... Se não passaria dos 40 porquê preocupar-me em demasia? Mas tantas vezes nem em demasia nem nada.

Se é que podemos mexer com o nosso inconsciente, actualmente não penso tanto assim. A Rute tentou perceber o porquê desse meu pensar e sentir e acho que conseguimos chegar a uma hipótese/causa que me parece razoável. No entanto, existem ainda questões que não me cuido nem me preocupo... E isso anda a começar a incomodar-me...

125ª Conversa - Voltámos lá...

Na última conversa com a Rute voltámos lá. Não é que tenha sido a primeira vez desde janeiro, porque não o foi. Das outras vezes fizemo-lo como conversa de circunstância, tentando desvalorizar o que eu tanto valorizava. E já o via assim... pensava eu! Na segunda-feira voltámos lá e voltaram-me a faltar as palavras e voltei a tremer com o fiz na primeira vez... Custou-me fazê-lo como pensava que já não custaria...

Mas a Rute conseguiu dar-me uma nova perspectiva da coisa, mostrando em que patamar eu tenho que lhe dar importância... E por isso não voltarei lá, pelo menos aos pormenores... Acho que não quero nem quero que faça sentido voltar lá. Existem tantas outras coisas de que falar com mais importância... nem que seja do tempo! E digo-o, não porque esteja a fugir de determinados assuntos... mas porque eu acho mesmo que passa por ai: esclarecer o que havia para esclarecer e depois fazer para esquecer... deixar no passado.


Talvez este post nao faça grande sentido para os que me leem mas...
...para mim faz e isso aqui é o que mais me importa. Peço desculpa.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

124ª Conversa - Agressão

O sentido de "agressão" é muito variado, tão variado que poderá depender de pessoa para pessoa. Cada um tem a sua percepção do que é ou não agressão, apesar de uma agressão ser sempre agressão, independentemente da sua percepção. E por isso pergunto: Pode a agressão ser desvalorizada? A agressão quando passa de pontual a constante não passará a ser vista como algo normal, mesmo sem o ser? Não desvalorizamos a agressão quando não é física? Mas não poderá a verbal causar tantos ou mais danos que a física?

domingo, 1 de novembro de 2009

123ª Conversa - Consciência de mim

Percebo ou começo a perceber que não tenho qualquer noção do que passo para o outro lado, para os outros. Não tenho qualquer noção da forma como os outros me vêem. Muitos dirão que sou isto ou sou aquilo passando-me a "mão pelo pelo". Não sou assim! Tenho defeitos e muitos.. qualidades também. É dificil dizer "és isto" ou "és aquilo" quando é dificil de ouvir. Mas preciso de o ouvir, por muito que me custe. Confesso que não o aceito de "qualquer um", e não aceito que o digam como critica. Mas admiro quem o diz por amizade e respeito... como uma mãe que sabe que o filho é lindo por ser seu, mas que tem defeitos.

... E foi assim, através desses momentos de sinceridade e amizade profunda, que fui percebendo que existem coisas que faço ou que não faço que transparecem uma coisa bem diferente. Reflito, tomo consciência, e mudo... ou a forma de estar/fazer, ou a consciencia da mesma e de mim. Vou aprendendo e crescendo... conhecendo-me.

domingo, 25 de outubro de 2009

122ª Conversa - Frase do dia

"Tentar e falhar é, pelo menos, aprender. Não chegar a tentar é sofrer a inestimável perda do que poderia ter sido." (Geraldo Eustáquio)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

121ª Conversa - Cansada

Estou cansada. Tão cansada que sinto-me fora de mim, um zombie, uma sombra do que sou. Hoje faço-te um pedido: faz-me apenas companhia neste silêncio ruidoso. Hoje não me perguntes por sentimentos ou pensamentos, não me perguntes sequer por mim que hoje poderei duvidar até da minha existência. Quero dormir profundamente durante dias... Dois, três ou quatro dias viriam a calhar, pode ser? Sei que não e que amanhã o sol nascerá de novo, despertando-me para um novo dia... Mas peço-te que hoje me mintas e que me digas simplesmente que sim.

(19/10/2009)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

120ª Conversa - Aviso à navegação

- Estas conversas* estão a ser "recolhidas e transformadas" por mim para um formato que possa ser lido por todos, e sem tantos pormenores da minha vida...


* Não todas, mas algumas...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

119ª Conversa - A viagem

Há umas 2/3 semanas, numas conversas trocadas com a Rute, ela disse-me que devia fazer a "viagem" que necessitasse fazer para me sentir melhor. Na altura confesso que não entendi bem o que seria essa "viagem" ou como o fazer...

Durante estas ultimas duas semanas, em que não estive com ela, fui estando comigo, fui fazendo algumas coisas que gostava. Depois estive com alguns amigos queridos com quem pude partilhar alguns momentos muitos bons, com muito carinho e amizade... Enchi o coração, respiro agora de forma diferente... encho o peito de ar, e sinto agora "que entra mais ar"... E cá estou eu a dizer algo tão simples como: "sinto-me bem!" ou como "não fiz porque não me apetecia e porque assim sinto-me bem..." Eis que ela me diz: «Vê?! era esta a "viagem" de que eu lhe falei...»

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

118ª Conversa - De coração cheio...

Existem muitas coisas que nos vão envolvendo... e engolindo... no dia-a-dia e nas nossas relações com os outros, sejam familiares ou não. Às tantas estamos a viver num ritmo alucinado em que parar é proibido e que apenas existem duas velocidades: rapido e depressa. E vão passando instantes que não vão sendo aproveitados ou vividos e sentimentos que não são esclarecidos ou sentidos.

Mas às vezes é preciso parar. Parar no tempo e no espaço, refugiarmo-nos e encontrarmo-nos. Podermos esquecer tudo e todos e viver um tempo connosco... Fazermos o que mais gostamos ou estar com aquelas pessoas que amamos e que nos fazem bem. E foi o que fiz no fim-de-semana passado. Posso dizer que não descansei, pelo contrário que mal parei um segundo, mas na segunda à noite cheguei a casa e nem sentia o cansaço. Sentia-me bem, muito bem e de coração cheio. Pude falar, desabafar, mas tambem pude passear, estar com amigos muito queridos e com pessoas muito diferentes das do dia-a-dia. Pude dizer mil vezes o quanto os amigos me são especiais e queridos, o quanto gosto deles... pude dar mil abraços, beijinhos ou gestos de carinho. E não é tão bom...?

Vim de coração cheio, com imenso carinho e amizade. Vim a sentir-me bem, amada... e mais feliz.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

117ª Conversa - Ausência...

Num momento em que acontecem mil coisas, mil situações, mil sentimentos, mil lagrimas e mil sorrisos, decidi que, não estando com a Rute a próxima segunda, haveria de ir encontrar-me noutro lugar...

E vou... vou procurar-me para lá do tempo e do espaço, num lugar onde o tempo não corre, correndo ao mesmo tempo tão depressa... Vou aproveitar para ir para lá... acompanhada de mim... Não me encontrarão, não me verão, não saberão de mim... Irei para lá, para um lugar meu... muito meu.

E voltarei diferente... mais leve e mais feliz, repleta de mim e do carinho de amigos queridos... Voltarei com força de enfrentar o mundo, este que me anda a fintar mesmo sem me aperceber o como e o porquê...

E por isso vou... Vou para lá.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

116ª Conversa - o que interessa...

...é que eu seja feliz. Neste momento digo:primeiro eu!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

115ª Conversa - Silêncio

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.... E assim fico em silêncio num conversa de mim para comigo.

sábado, 19 de setembro de 2009

114ª Conversa - A critica

Estou a tirar o curso de formação de formadores e faz parte que, no início, façamos uma apresentação e que no dia seguinte vejamos o filme para análise. Nesta escola de formação, neste processo, depois de vermos o video saimos da sala com o formador e ele diz-nos a sua opinião, enquanto os colegas ficam em dois grupos a analisar.
Posteriormente, entramos na sala, ouvimos os comentários/criticas/ sugestões de melhoria dos colegas, voltamos a ouvir o professor e só depois podemos opinar e auto-avaliarmo-nos. Ontem tive a experiencia de passar por isto e... não gostei. Sei que não gosto de ouvir criticas (ninguém gosta) mas mais do que isso, senti-me ferida, senti que apontavam o dedo e isso, neste momento, não me faz nada bem nem é nada construtivo.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

113ª Conversa - Diferenças

Neste caminho que percorro, nomeadamente relativamente aos meus pais e meu irmão, tenho que ter a noção de que, apesar de tudo somos pessoas diferentes e com objectivos muitos diferentes.

Se antes pensava que sempre fui excluida porque simplesmente os meus pais gostavam mais do meu irmão e que sempre fui negligenciada na relação enquanto familia por isso, agora tenho que ter consciência que não foi esse o motivo. Não existia nada "de mal" em mim, na minha forma de estar ou ser. "Apenas e só" sempre fui diferente. A Rute disse-me que a nossa personalidade está formada aos 6 anos, e quanto a mim faz todo o sentido. Desde sempre que me lembro que era esta a minha forma de estar e de encarar a vida. Depois disso, apenas vamo-nos "limando" ou fazendo pequenos ajustes.

Com os ajustes que tenho feito nos ultimos nove meses, posso tentar aproximar-me deles, mas nunca conseguirei ser como eles. Não conseguiremos passar de um 3 + 1 para um simples 4.


E apesar de tudo, não estou triste - também não queria mudar os meus objectivos nem a forma de encarar a vida. Tomei simplemente consciência das diferenças e aprenderei a viver com isso.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

112ª Conversa - Regredi

Um dos meus grandes objectivos das minhas idas à Rute, era melhorar a minha relação com os meus pais, e não deixar que o meu irmão interferisse nisso - que podesse simplesmente aprender viver com algumas diferenças.

Na terça-feira tivemos (eu e o meu irmão) uma discussão daquelas, em que o meu pai colocou-se do lado do meu irmão (claro!!). Voltei a sentir que ele é, e sempre foi, o "menino querido"* dos meus pais, principalmente do meu pai. Por muito que lute, que me esforce, não consigo chegar mais perto, ou se consigo, nos momentos importantes e decisivos, não há dúvida sobre que opção fazer ou quem escolher.

Sei que não são saudáveis estas comparações e sentimentos, mas sinto-os e deparo-me com elas todos os dias... Só tinha era vontade de desistir... E aí sim, desistir com muita coragem.


* de notar que o meu irmão é mais velho que eu 7 anos.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

111ª Conversa - Sinto-me bem...

Sinto-me bem, não é hoje nem neste momento... Sinto-me bem, sinto-me bem comigo, com a minha vida, com algumas ideias, com alguns momentos. Sei que a vida não é perfeita, tenho e terei problemas, mas consigo dizer simplesmente que me sinto bem...

Já repeti muitas vezes que "sinto-me bem" neste post, e sei que poderá ser algo normal ou natural, mas por estar assim, não por um motivo em especial mas por ser um estado, é algo diferente do que estou habituada em mim. Aceitação, consciência, esperança e... paz.

Como disse: sinto-me bem!

domingo, 6 de setembro de 2009

110ª Conversa - Eu, a Rute e a Escrita

Desde o início, desde que abri este blog que Rute diz que a escrita tem, na minha vida, um lado terapeutico. No entanto, há uns dois meses atrás, aprofundámos o assunto: "Escrever", e a Rute começou a insistir para eu levar este assunto mais a sério. E quando diz mais a sério é mesmo escrever, produzir algo com o intuito de mostrar a mais pessoas que não o blog, mas sim a uma editora. Sempre que ela fala nisso, eu rio-me e digo-lhe que apenas o faço por gosto e porque "simplesmente sai". Mas ela não vai nas minhas cantigas e tem insistido mesmo com o assunto. Fiquei até com a impressão de que já teria lido algo meu... Será? (É sempre uma duvida que me fica).

Prometi-lhe que em Setembro pensava nisso, e como Setembro está aí, esta semana combinamos que lhe enviaria algo para ler. Enviei dois contos, um que até nem gosto muito mas o qual tinhamos falado certa vez, e outro sim, mais intenso e mais dentro dos meus padrões.

Leu-os e respondeu-me ao email. A resposta não a posso transcrever na totalidade porque entra nas nossas conversas, mas ficou o "Gostei muito" e o "Tem mesmo que levar isto avante"...

A verdade é que gosto imenso de escrever, e também sei que nunca segui uma paixão (e tive várias que me arrependo de não ter apostado!). Será mais uma que ficará ou levarei até ao fim?

Por agora limito-me a escrever...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

109ª Conversa - O Contrato IV

Se alguma dúvida podia ter sobre o que havia a fazer, o que devia ter feito e não fiz, ou simplesmente se fiz tudo o que devia ter feito para levar a primeira fase do contrato até ao fim... Um email que recebi na 4a feira, uma resposta que queria que tivesse chegado antes, sinceridade e frontalidade que pedi desde o início a uma terceira pessoa, chegou. Chegou mostrando-me que havia feito tudo e que a resposta não chegou a tempo... Porque exigiria dedicação de alguém que não estava disposto nesta altura.

E por isso so posso estar satisfeita comigo e com o meu desempenho... E novos desafios virão... E não serão pequenos!

O contrato continua de pé... E as duas fases: o doutoramento e a escrita.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

108ª Conversa - Desenvolvimentos

Cada vez mais as minhas idas à Rute são um momento/ espaço agradavel... Cada vez nos entendemos mais. Não é que não houvesse esse sentimento desde o início, porque sempre consegui falar tudo com ela... mas cada vez mais ela percebe-me, compreende os meus objectivos e sabe como me dar a volta. Cada vez mais percebo o que ela diz no olhar, e dou por mim a falar e a negociar com ela, sem que ela o diga sequer... E assim, é desta forma que vou cimentando o meu querer, o meu viver... Um dia não precisarei simplesmente de estar com ela, ficarão os ensinamentos, o meu querer, a minha confiança.

Sei que ainda nao é o momento. Gosto daquele espaço, e sinto que ainda preciso dele. Mas estou muito feliz por ter decidido fazer este investimento em mim.

domingo, 30 de agosto de 2009

107ª Conversa - O Contrato III

Se eu acreditasse em destino diria que "não estava destinado a que acontecesse". Depois de tamanha indecisão e de ter decidido avançar... eis que as coisas não acontecem. Agora que queria apostar, investir.. eis que as coisas apenas falham... Mais uma vez. Se acumulasse falhanços que nem medalhas de guerra, neste momento já poderia pensar ser general desta Companhia! Se eu acreditasse em destino talvez dissesse que "outra coisa me estará destinada". Mas a verdade é que estou triste e com um sentimento de falhanço apesar de saber que não foi culpa minha... Mas a pergunta mantém-se como sempre se manteve das outras vezes: "terei feito mesmo tudo para que as coisas acontecessem?"

Por agora vou tentar não pensar mais no assunto apesar de que, mais dia ou menos dia, ter que ir dar justificações a pelo menos duas pessoas que me apoiaram nesta fase (julgo que merecem...!).

Mas a verdade é que o contrato com a Rute tinha uma segunda componente. Uma que estava destinada para Setembro e meses seguintes... E essa irá seguir. Não sei se também falhará mas... estou decidida (apesar das forças serem poucas) a ir... Quem sabe... até onde?!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

106ª Conversa - O contrato II

Depois de desmotivada com algumas coisas que não fiz, no passado, algumas apostas que não aproveitei, comprometi-me com a Rute a fazer durante este mês, e nos proximos, uma série de coisas que queria, e que poderiam alterar muita coisa.

A primeira etapa acaba para a semana. É certo que tentei, mas... Também depende de terceiros e essa parte não está a correr bem. Ainda tenho uma semana é certo, mas... Já não acredito muito que seja possível.

Não me alongo até ao final do mês, irei tentar outra alternativa mas... se era algo para me motivar, para lutar e se tinha que levar até ao fim, a coisa não está a correr como prevista e os efeitos, esses, terei que analisar depois.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

105ª Conversa - Quero...

De uma vez por todas quero estar bem. Quero estar bem, sentir-me bem... Seguir apenas uma coisa: os meus valores. Quero viver em harmonia, com um sorriso, sem frustrações ou preocupações (dos outros). Mas vá lá... dou alguma tolerância de erro, que a vida não é perfeita. Imponho o meu lugar nesta vida e digo: respeitem-me naquilo que sou.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

104ª Conversa - A depressão

"Depressão" era uma palavra que não esteve nas palavras da Rute até à um mes atrás, mais ou menos. Antes, e sempre pressionada por mim com a pergunta que ela não gosta, ela falava em "sintomatologia depressiva". Até que numa destas visitas, enquanto falavamos de diversos acontecimentos e situações passadas ali, eu perguntei-lhe claramente sobre isso. Como poderia ela negar? Ou porque é que ela nunca usava a palavra correcta? E.. ela usou-a: Depressão... Infantil. Explicou-me então que clinicamente o que eu tive / tenho foi/é mesmo uma depressão infantil, provocada há muito e que nunca foi controlada ou cuidada.... e por isso, veio até ao presente. Felizmente, o meu lado saudável, aquele que lado que luta é muito grande em mim, e foi sempre esse lado que foi lutando contra esta depressão, fazendo com que eu fosse tendo sucesso em muitos aspectos.

Com as nossas conversas tenho conseguido desenvolver alguma estrutura para combater tudo isso. Tenho lutado imenso, e os resultados têm sido muitos e visíveis... em mim e na minha relação com os outros. Se já passou? Não... É certo que tenho vindo a melhorar, mas depois... por um ou outro motivo caio estrondosamente.

Na semana passada, a Rute viu-a nos meus olhos. E por muito que falasse não havia como lhe dar a volta. Mas a estrutura está montada em mim, e por isso, melhor ou pior durante a semana lá fui despistando-a.

Ontem ao perguntar-me se eu estava melhor, eu respondi-lhe que "nunca estava uma semana inteira igual, não existem dias iguais... O lado saudável não permite", e ela sorriu dizendo que era isso mesmo que queria ouvir.

Não me faço de "coitadinha", e quem pensar isso do início deste post, engana-se. Sou uma pessoa com força que luta por objectivos e valores. Sou uma pessoa ambiciosa e isso faz-me caminhar em frente. Tropeço? Com certeza, mas quem caminha sempre a direito?! A vida pregou-me algumas partidas, mas... há que saber lidar com elas e eu... estou a aprender!

domingo, 9 de agosto de 2009

103ª Conversa - Numa semana..

A semana passada não escrevi sobre a minha ida à Rute. Não tive muito tempo e também não me fez muita falta. Correu tudo bem, foi muito leve. Confirmei-lhe o "contrato" assinado e fizemos perspectivas do que serão os próximos tempos... Ela continua a dizer que, em Setembro, devo pensar ou voltar a pensar na minha escrita e tentar apostar. Que não devo desprezar algo que me dá tanto prazer e que, ela julgará, que farei bem. Fiquei com a pulga atrás da orelha se ela nunca me leu. Ela diz que não, mas... como poderá ter tanta certeza que devia apostar? Apenas pelo que conhece de mim? hum...

A semana correu rápido e sem grandes acontecimentos, tirando trabalho que foi muito e que me tirou a maioria do tempo que eu tinha planeado para mim. Mas... ainda deu para investir um pouco... Veremos como correrão as próximas semanas.

Nota: A data de publicação não é a data em que escrevi este post mas.. quero manter aqui o que aconteceu.

domingo, 2 de agosto de 2009

102ª Conversa - O contrato

Na sequência daquelas 2 benditas (ou nem tanto) semanas, dei-me até ao final do mês para tomar uma decisão na minha vida. Preciso de fazer algo. Preciso. Mas queria ter oportunidade de falar com a Rute antes de tomar uma decisão.

A verdade é que ela viu bem que a minha decisão já estava tomada... faltava apenas dar o passo em frente. Ela, de forma a pressionar-me, queria que eu colocasse por escrito as minhas "intensões", porque ela sabe que tudo o que digo ou que me comprometo, assumo. Queria que eu assinasse um contrato com ela, em que assinavamos as duas por baixo. Eu não quis... Faltavam 4 dias para o final do mês e eu... queria pensar! Pensar nada, estava era com medo de me comprometer... porque a palavra era essa! Queria chegar ao deadline e ter que tomar uma decisão.

O dia 31 chegou e era dia de tomar uma decisão. Não que eu estivesse preparada para o fazer, mas tinha-me comprometido com aquele dia. Fiquei mal disposta, estava a sentir-me num abismo em que sabia que só podia atirar-me em frente, dar o passo atrás não fazia sentido. Telefonei a uma amiga, assim, a meio do dia. E como ela bem disse: "Se não deres o passo em frente terás que viver com a frustração... e pensa qual será a dor maior". E foi assim que resolvi, não há nada pior que este sentimento de frustração que tenho tido.

Ao final da tarde enviei uma mensagem a Rute: "Hoje é final do mês e.... o nosso contrato está assinado.", ao que ela me respondeu: "Então que comece uma nova etapa!". E já começou... o tempo está a contar.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

101ª Conversa - Depois de duas semanas...

Depois de duas semanas sem estar com a Rute, depois de duas semanas em que tudo aconteceu voltei lá. Contei-lhe do nó que me deu, da desilusão que tive ao perceber da minha "cobardia". Ao proferir esta palavra ela ralhou comigo, que eu estava a ser demasiado dura comigo. Disse-lhe então que alguém me tinha dito que não seria cobardia mas sim falta de confiança. Ela concordou, e explicou-me pela milésima nona vez o porquê destas minhas atitude. Falei-lhe então do meu rol de "não-acontecimentos" e... lá estava a causa.

É tão dificil mudar a forma de estar, de ver, de agir quando estamos intrinsecamente marcados pela envolvência... !

domingo, 26 de julho de 2009

100ª Conversa ... 28º visitas depois

Escrevo aqui a 100ª conversa desde que iniciei este blog, e já la vão 7 meses. Este espaço nasceu após a 3ª consulta com a Rute, talvez a consulta mais dificil até hoje. Nasceu porque naqueles dias só tinha duas soluções: ou cair ou lutar... e eu lutei... assim, desta forma. Lutei contra o silêncio, contra os maus pensamentos, contra o vazio e a dor. Aqui, ao longo destas 100 conversas lutei contra tudo isto... E tem-me feito tão bem!

Sei que muitos acham este espaço demasiado intimo para o virem comentar, ou pelo menos algumas conversas... Mas, meus amigos, apesar de tudo quero que este espaço continue a ser reflexo da minha alma. O meu sentido positivo fez-me abrir este espaço e aqui continuarei... peço desculpa por algum desconforto que isso possa causar em determinados posts.

As minhas visitas à Rute começaram no dia 22 de Dezembro, e que belo presente de Natal me dei! Desde então, até hoje, apenas não comparecemos 3 semanas: 1 era o meu aniversário, outra a Rute teve um congresso, e esta semana ela esteve de férias. Foram 28 visitas, 28 horas (um pouco mais) que tivemos em conjunto e em partilha... E grandes mudanças ocorreram em mim.

Tinha pensado que este post seria de balanço, mas nos ultimos tempos não sabia muito bem o que escrever (talvez graças ao nó que tive no pensamento) mas ontem, enquanto jantava com uma amiga, que me acompanha há 10 anos, vi que não era necessário dizer ou escrever nada. A minha conversa ontem foi diferente, a minha atitude está diferente, a minha visão do mundo continua semelhante (os valores não mudam!) mas de uma forma mais confiante... Ontem, enquanto a ouvia, e enquanto a aconselhava pensava para mim: "Quem é esta que está a falar por mim?? Quem te ouviu e quem te ouve!". E fiquei muito feliz comigo... sorri de mim para mim.

Hoje, 100 conversas e 28 visitas depois, sinto-me que dei um passo em frente... ou antes... vários. Se "não custa viver, custa saber viver", eu digo: estou a aprender.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

99ª Conversa - Na ausência

Hoje não estive com a Rute. Ela foi de férias, e como eu lhe disse: "todos merecem"! Mas estive a pensar e... agora acho que existem diversas profissões que não deviam ter férias: médicos de todo o tipo e feitio onde também quero incluir os psiquiatras e... Psicólogos! A Rute que me desculpe mas acho que não devia ter ido de férias. Quem lida com loucos (ou nem tanto) devia estar sempre por perto, ou será que um louco pensa: "agora vou portar-me bem e não ter nenhuma crise porque a Rute está de férias"?!* (ver nota de rodapé)

Hoje precisava de falar com ela, esta semana foi daquelas em que estive bastante em baixo e foi rica em acontecimentos que me deitaram ainda mais abaixo... Ontem não aguentava mais... Precisava de pensar que iria hoje estar com a Rute, e começar já a pensar de uma forma mais positiva, para lhe explicar... Mas sabia que isso não iria acontecer. E então... chorei. Chorei bastante, lavei-me nas minhas lágrimas...

Acho que me ajudou bastante e sei que devia fazê-lo mais vezes... O cansaço é também do acumulado... Hoje sentia-me com mais força, embora seja algo muito fragil e abalável ao longo do dia.

Esta "dose" apanhou-me de surpresa e não estou a conseguir reagir, dar-lhe a volta... Mas sou forte e tenho mais uma semana para encontrar uma solução.


*Brincadeirinha! Coitada da Rute, de tanto me aturar (e não, não me incluo no grupo dos loucos), as férias são mais que merecidas...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

98ª Conversa - Talentos...

A ida àRute na 2ª feira não correu muito bem, ou melhor, correu muito bem, mas saí um pouco em baixo. Apercebi-me que não me dou valor. Ok, isso não é grande novidade no geral. Mas a verdade é que me apercebi que, nas áreas que sempre me têm compensado (o trabalho e a escrita) também estou a deixar de me valorizar...

Sempre me superei na escola e agora no trabalho de forma a que isso de alguma forma compensasse o que não tinha nos outros lados... E cheguei a conclusão que a escrita, que tanto me tem acompanhado (e não me refiro apenas aos blogs), tem sido um grande escape. A Rute deixou-me e pressionou-me para uma questão: então porque é que não leva a escrita mais a sério? E de tanto me pressionar respondi-lhe: porque não me dou valor!

Agora, chego a esta etapa da minha vida e, eu que sempre pensei ser uma lutadora, apercebo-me que sou simplesmente cobarde, em que tenho muitas potencialidades mas que não as ponho a render... Existe uma diversidade de coisas que inicio e depois desisto ou não me esforço o suficiente para conseguir.

Deus dá-nos talentos, e cabe-nos a nós po-losa render... Mas eu só os tenho desperdiçado...

terça-feira, 14 de julho de 2009

97ª Conversa - A parte terapeutica da minha escrita

Ontem disse à Rute o que constatei na minha escrita descrito no post abaixo. Ela disse-me que já tinha percebido que a minha escrita fazia parte do meu lado saudável - que o facto de escrever aqui (neste blog) e mesmo os meus textos que me fazem bem. O exteriorizar faz-me assumir o que escrevo, faz-me pensar e... faz-me evoluir.

Mas a Rute deixou-me uma pergunta no ar que me deixou pensar e, de alguma forma triste: "Porque não leva a escrita mais a sério?"

domingo, 12 de julho de 2009

96ª Conversa - A mudança da (minha) escrita...?

Como a maioria dos que me visitam sabem, gosto de escrever ficção (como tantas vezes acontece no Ticho). No entanto, nos ultimos meses não escrevi quase nada, para não dizer mesmo nada. Na ultima semana, escrevi vários textos, alguns de rajada, tipo: dois em quinze minutos! Nada que antes não fosse comum, mas como disse, andava sem conseguir escrever uma linha direita...

E por isso ontem dei por mim a pensar na minha escrita. A verdade é que a minha escrita está diferente! Não, não é bem a minha escrita, mas os temas da minha escrita. Será que mudaram mesmo ou pura e simplesmente calhou?! Não sei bem... Só alguns (muitos poucos) têm acesso a tudo o que escrevo, e se calhar só esses (ou nem esses) poderão notar essa diferença, se é que ela existe mesmo...

Quando eu escrevia, alguém perguntava em tom de brincadeira: "Então quantos mataste desta vez?" ou "Qual foi a dor/doença que existiu desta vez?" Apesar disto ser um pouco exagerado, a verdade é que muitos dos meus textos havia alguém que morria, ou que sofria um acidente ou até que era maltratado. Não o fazia de uma forma trágica, fazia-o sempre de uma forma que service para chamar à atenção para algo: violência doméstica, depressão, paralesia, etc.. Como disse em cima, estes textos que tenho escrito, não metem nada destes ingredientes, ou têm alguma intensão ou são até optimistas... Mas não de uma forma superficial e barata!

Porquê escrever um post sobre isto ou reflectir sequer sobre isto? Porque, se eu não escrevia há varios meses (talvez desde o ano passado) e agora voltei a escrever de uma forma diferente, esta diferença só pode reflectir a mudança que está a existir em mim... E na escrita, parece-me significativa, o que em mim, também o será.

terça-feira, 7 de julho de 2009

95ª Conversa - Não ceder a pressões!

Toda a minha vida fiz o que era suposto, o que os outros (nomeadamente os meus pais) esperavam. Sempre segui o que era suposto, sempre fui, por assim a dizer, uma filha exemplar. Mas essas pressões - de "ter que fazer" - não me fazem bem. São impostas? Talvez um pouco, mas julgo que sou eu mesma que as imponho. - Não desiludir...

Essas pressões não me fazem bem e tenho que parar de as levar comigo para a frente... Terão que ficar para trás. Não será facil, porque é uma das coisas que mais está entranhada em mim, e por isso tenho que me educar, que treinar o pensamento...


Vou fazer o que me fizer feliz e não vou ligar ao que os outros querem ou o que vão pensar.
Vou fazer o que me fizer feliz e não vou ligar ao que os outros querem ou o que vão pensar.
Vou fazer o que me fizer feliz e não vou ligar ao que os outros querem ou o que vão pensar.
Vou fazer o que me fizer feliz e não vou ligar ao que os outros querem ou o que vão pensar.
Vou fazer o que me fizer feliz e não vou ligar ao que os outros querem ou o que vão pensar.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

94ª Conversa - A continuação...

Falei com a Rute sobre a nossa continuação. Ela respondeu-me que fizemos um pacto há uns meses atrás e que agora ela faria de tudo para que nós pudessemos continuar, já que a caminhada vai a bom ritmo e seria uma pena parar [principalemente porque teve que desenvolver algum trabalho para me fazer falar sobre tudo sem problemas...]. E foi o que ela fez.

Acho, cada vez mais, que a Rute é simplesmente espectacular como pessoa mas principalmente enquanto terapeuta - 5 estrelas! E... acima de tudo... faz-me muito bem! (e ela sabe-o)

terça-feira, 30 de junho de 2009

93ª Conversa - Epah...

Queria ter para mim que os outros não me interessam. Que vivo a minha vidinha tranquila e que o que se passa à minha volta são outras histórias, não necessariamente a minha... Queria ser mais egoista, queria! Mas não consigo...

... um objectivo que ainda não atingi.

92ª Conversa - Orgulho...

Rute: Orgulho?! Essa não encaixa - conta outra!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

91ª Conversa - O meu objectivo

Já falei aqui várias vezes que tenho objectivos com a Rute. Por vezes digo que um dos meus objectivos é aproximar-me dos meus pais, não deixar que continuemos com uma relação fria e que eles possam participar, de alguma forma, na minha vida. - Errado! Ou melhor... Certo mas não é propriamente um objectivo, mas uma consequência. O grande e único objectivo que tenho é melhorar a relação comigo mesma - aprender a gostar de mim, aprender a viver com o que fui, com o que sou e tendo em conta o que quero ser...

Existiam diversas palavras que o seu significado nem sempre estavam no meu dicionário e auto-estima era uma delas, e com bastante profundidade. Sendo a auto-estima a "avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma como sendo intrinsecamente positiva ou negativa em algum grau (Sedikides & Gregg, 2003)", é dificil de mudar a visão como um todo e de forma permanente...

... Mas é com esta mudança e com a aceitação de todos os factos que passaram, que existirá uma alteração, não só em mim, mas também da minha relação com os outros, e por isso ser uma consequência.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

90ª Conversa - Objectivos...

Nos ultimos dias tenho pensado muito nas idas à Rute, sobre objectivos e caminhos a seguir... Sobre conversas e temas que pretendo esclarecer em mim e comigo mesmo... E cheguei à conclusão que existem diversos assuntos, com causas e consequências tão diferentes... Hoje disse-lhe exactamente isso. Sim, é verdade que já melhorei nalguns aspectos mas outros... Sinto-me ainda a anos luz. E é isso que me assusta nesta possivel separação. Estou bem? Estou... Poderei estar melhor? Sem dúvida! Está tudo relacionado com objectivos e metas a atingir... E as minhas estão bem lá em cima apesar de, primeiro, ter que construir as bases cá em baixo...

A Rute recusou-se a que hoje fosse a minha última visita... Disse-me que agora estamos a conseguir construir efectivamente algo e que já ultrapassámos o pior... E que não queria que voltassemos, ou que eu voltasse, atrás... Também me custa e também me queria recusar, mas... Será dificil.

Já só me pergunto: Haverá algo facil nesta vida?!

domingo, 21 de junho de 2009

89ª Conversa - Solução?!

A Rute disse-me que para tudo há uma solução... Haverá mesmo?! Não creio.

sábado, 20 de junho de 2009

88ª Conversa - O principio do fim...

Não há como dizer isto por outras palavras: tenho que deixar de ir à Rute. Não queria, preciso ainda muito dela, não estou preparada para caminhar sozinha e ela está a fazer-me maravilhas mas... Não pode ser, e isso não há volta a dar, só me resta ser adulta e... assumi-lo.

Hoje vou dizer-lhe por tlm para que esteja preparada para segunda-feira façamos a minha "preparação para a vida" sem ela... Mas vai ser dificil. Está a custar horrores pensar sequer nisso...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

87ª Conversa - Eu já...

... andava bem, mas sem muito tempo ou assunto para actualizar aqui. Andava bem, e ainda ontem pensei vir publicar aqui que tinha vontade de falar com a Rute, porque não aproveitei a ultima vez que estivemos juntas... Apetecia-me dizer-lhe que a crise já tinha passado, e que estava novamente orientada e centrada no caminho.

Eu já andava bem, mas ontem invadiram o meu espaço de uma forma que nunca pensei e pior: abusaram dele! Senti-me como acho que nunca senti, parecia até que me faltava o ar: de furia pela traição mas também por se terem intrometido na minha vida. Nunca dei o direito a ninguém de o fazer, não era agora que queria começar... Mas fizeram-no e de uma forma invasiva. Foi uma valente rasteira que me fizeram e eu... estatelei-me no meio do chão.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

86ª Conversa - Atropelamento...

Olho a cidade e nada vejo, nada sinto... Ouço apenas o meu pensamento em camara lenta. Olho para um lado e para o outro e sinto-me abandonada ali mas sem forças para caminhar... Sinto-me atropelada por mim mesma, eu que outrora viajara a toda a pressa por ali... Agora quem mais do que eu poderei apanhar os meus cacos, se sou vitima e culpada dos atropelos? Sangro ou peço ajuda? Salvo ou sou salva? Deito-me no alcatrão da rua de de mim mesma e fecho os olhos... Hoje (e espero que só hoje) sinto-me derrotada por mim mesma... Quem consegue lutar contra isto? Desisto! Amanhã será outro dia...

85ª Conversa - Pai...

Pai, dizem-nos que somos demasiado parecidos... Será?! Será esse o nosso impedimento? Não vês que não posso ser só eu a ceder? Não vês como já estou diferente?! Como iremos fazer? Desistimos? Estás a exigir muito de mim... Demasiado... Estou sem forças para remar contra a maré... Por hoje deixo-me ir ao sabor do vento.

sábado, 13 de junho de 2009

84ª Conversa - Coragem...

Não desistas...
A tua vitória é o teu caminho
Quando lutas e insistes
E segues sozinha
o destino que é teu
Porque és tu que o traças.
És capitão da tua alma e teu senhor
És dono da tua estrada
E o teu mentor...
É esse o desejo de tudo ou nada.
E rompes com o que devia ser.
E rasgas preconceitos e ideias feitas.
O sonho que escolheste ter
É mais que o resto.
E persistes...
Nessa tua teimosia maior que o mundo
Nesse orgulho de errares mas de seres tu a errar
E nessa demanda da vitória que te supera
Nessa guerra que não abandonas
Porque não desistes sem ganhar.

(L.C.Martins)

Nota: Este foi um poema que me foi oferecido aqui por uma amiga que me conhece do dia-a-dia. Uma amiga que eu pensava que não me conheceria assim tão bem... Entrou aqui, deu-se a conhecer, e confirmou o que já saberia de mim... O poema diz-me imenso e, sim, representa-me bem no momento... Por tudo isto, e por tudo o mais que aqui não foi dito, não podia deixar de o salientar aqui... Obrigada Paula.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

83ª Conversa - Condicionalismo Clássico

A Rute sabe que gosto de psicologia e que até tenho algumas noções embora nunca tenha tido psicologia na escola ou faculdade. Mas sendo eu apenas uma curiosa, nem sempre sei do que me fala... Da última vez que tocou esse assunto falou de Pavlov e das suas descobertas que originou a Psicologia Comportamental: o Condicionalismo Clássico. A idéia básica do Condicionamento Clássico consiste em que algumas respostas comportamentais são reflexos incondicionados, ou seja, são inatas em vez de aprendidas, enquanto que outras são reflexos condicionados, aprendidos através do emparelhamento com situações agradáveis ou aversivas simultâneas ou imediatamente posteriores...

E é esse emparelhamento que pode ser trabalhado, de forma a que os reflexos condicionados sejam outros...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

82ª Conversa - Não é fácil...

Não é fácil pensarmos em nós. Não é fácil tirar a mascara e enfrantarmo-nos, vermos o que somos e o que não somos... Não é fácil pensarmos nas causas de sermos como somos... Não é fácil viver e reviver momentos dolorosos do passado, ou simplesmente coisas que sempre quisemos esquecer. Mas principalmente não é fácil dizê-lo em voz alta, assumi-lo perante alguém e principalmente perante nós. Costumo dizer a Rute que não dizia as coisas para eu não ouvi-lo, porque depois de dito, estava dito e assumido: era simplesmente verdade. Não é fácil perdoar verdadeiramente tudo e todos que nos magoaram... Não é fácil virar a página... Não é fácil alterar o nosso comportamento quando sempre foi assim. Não é fácil aproximarmo-nos do outro quando o normal sempre foi estar longe. Não é fácil dizer, quando sempre se calou...

Não é fácil fazer esta caminhada que faço, mas faço. No fim ficará apenas a diferença do que sou...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

81ª Conversa - Agora estou....

... Saturada... até para escrever.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

80ª Conversa - Estou bem...

Esta semana não levava nenhum assunto para falar com a Rute, nem tão pouco me apetecia ou estava a encobrir algum assunto ou sentimento... Quis fazer um balanço, falar do que já falámos, do que se passou, dos progressos que já vejo com os outros, que são reflexos de progressos em mim...

Como eu lhe disse: "Amanhã poderei sentir ou pensar diferente, mas hoje: Estou bem!", simplesmente bem: bem comigo e bem com os outros.

domingo, 24 de maio de 2009

79ª Conversa - Tranquilidade



Ontem fui à Rute. Sábado, sem stress, com o sol a brilhar... O transito estava cortado, e por isso reinava o silêncio... Mas foram as árvores que me chamaram a atenção: o colorido e o perfume... Respirei fundo na caminhada. Que males, que dramas, que pressões podem prevalecer num cenário assim?

quarta-feira, 20 de maio de 2009

78ª Conversa - Arrogância... Boa ou má?

"Sabes que és arrogante, não sabes?" - disseram-me. Acrescentaram ainda que o sou quando de alguma forma me sinto minimizada ou insegura.... Respondi que sei que o sou, mas na verdade não tenho uma noção exacta da intensidade da minha arrogância. Conclui a conversa que, com as consultas da Rute, vou tornar-me mais auto-confiante, e por isso os momentos em que me sinto minimizada vão diminuir, e por isso a minha arrogância também diminuirá.

Falei com a Rute sobre a minha arrogância, e sobre esta minha teoria. Ela diz que poderá diminuir, mas que ela não quer que a arrogância desapareça. Fiquei admirada, mas ela explicou: se sou como sou, foi porque tenho um lado positivo muito forte e um sentido de auto-protecção. E a minha "arrogância" faz parte desse mecanismo e por isso ela não quer que ele desapareça... E que para além disso o que eu chamo arrogância não o é (apesar de o poder parecer!) pelo simples facto de não ser um acto para menosprezar o outro, mas para me elevar o/ao nível...

Resumindo e baralhando, fico-me pela minha teoria... Vou tentar diminui-la um pouco sim, mas de resto... Vai continuar a fazer parte do pacote!

terça-feira, 19 de maio de 2009

77ª Conversa - Xiça...

... Rute! Será que tem que acertar todas?! Será que, quando eu penso que não vou falar de um assunto, que não tenho nada para dizer, chega lá em menos de nada?! Já pensou em jogar no euromilhões?

Ontem não me apetecia falar, não que estivesse mal, mas... não me apetecia... Sei lá, é daquelas coisas... Que tal falar do tempo? Demorou quanto tempo para chegar ao tal ponto? 5 minutos? Ainda fico impressionada...

E depois é sempre assim, quando eu penso que vai ser uma sessão facil, ao de leve, acabo sempre por me enganar... Acho que se alguém me telefonasse na hora seguinte à consulta... não conseguiria sequer atender...

Ontem pela primeira vez via preocupada. Preocupada com uma ferida que eu desvalorizo mas que se calhar não devia... Mas que posso fazer?! Foram muitos anos... Tem que me dar tempo, sim? Prometo que vou dedicar-me a isso...



ps - Ainda não foi desta que chegámos aos 50 minutos... E... acho que vai ser dificil!

domingo, 17 de maio de 2009

76ª Conversa - Em reflexão

Existem momentos, gestos, sentimentos, atitudes, situações, conversas, pessoas que nos fazem pensar, reflectir... Fazem-nos ver as coisas noutra perspectiva... Fazem-nos ver como somos, não só as nossas qualidades mas também os defeitos... O quanto fazemos bem, mas também o quão também podemos magoar...

...Hoje encontro-me em reflexão.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

75ª Conversa - Espírito de Liderança...

A Rute acha-me uma lider nata. Depois de tudo o que ela sabe de mim, depois de ver o meu lado mais fragil e sem auto-confiança, acha-me que tenho espírito de liderança e que o tenho que aproveitar, por em prática, aproveitar a minha mais-valia. Fiquei admirada quando o disse, não tinha a noção que me poderia ver assim, não tinha mesmo...

De alguma forma estou já a pôr esse meu "espírito" em uso, mas ela disse-me que eu poderei ir bem mais longe... Quem sabe tirar um outro curso ou pós-graduação? E quem sabe se ali para os das ciências Humanas?

Voltar a estudar em 2009, está fora de questão, mas... Ando cá a pensar que uma das minhas resoluções para 2009, relacionada com esse assunto, está completamente parada, veremos se... Ok, veremos.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

74ª Conversa - O que mais importa...

... é a forma como me vejo. E por isso ando a mudar os espelhos cá de casa!

terça-feira, 12 de maio de 2009

73ª Conversa - Às voltas com a frase...

Hoje a sessão foi sobre a frase que eu disse. A Rute hoje demorou 60 minutos a dizer que tinha sido um bom pensamento e que sem dúvida tinha sido um passo interessante... E depois ainda me diz com uma grande lata que, se este era o assunto que eu queria falar e discutir, ela só poderia concordar no final... Grrrr... Apetecia-me bater-lhe por ter demorado tanto...! Podiamos ter resolvido logo ali, nos primeiros 5 minutos... Mas, de facto, se concordasse logo não teriamos trocado tantas ideias, reflectido... Estava já a perdoar-lhe pela demora quando ela voltou [novamente com uma grande lata] a dizer que, na 3ª consulta, quando tinha dito determinada coisa (que eu lembro-me bem, porque me chocou) era para que eu, de alguma forma, chegasse a esta mesma conclusão... Fiquei boqueaberta, porque de facto relacionei tudo e... ela tinha razão já naquela altura... mesmo sem saber tudo sobre mim.

Adoro a Rute, a sua perspicácia, o seu profissionalismo... Adoro as consultas de 2ª feira, e o bem que me têm feito!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

72ª Conversa - Resolver assuntos...

No meu caminho com a Rute tenho aprendido que é preciso ir resolvendo assuntos que ficaram mal resolvidos ou que ficaram mal resolvidos em mim, ou ainda assuntos que mexem ainda com o meu presente ou como encaro o presente.

Esta semana aprendi que nem sempre é facil ou possivel fazê-lo... Precisava de ajuda e essa não chegou, ou não chegou em dose certa... Mas pelo menos tentei...!

terça-feira, 5 de maio de 2009

71ª Conversa - A frase que eu disse...

Ontem acompanhei a partilha que surgiu aqui, e apesar de não intervir foi-me fazendo pensar ao longo do dia.

Ao final da tarde tive consulta com a Rute e ela disse-me que, aos poucos eu iria aceitar tudo o que passei ou senti... E à medida que isso acontecer vou deixar de me importar, vou mudando aos poucos também o meu sentir e agir...

À noite, quande aqui vim comentar disse algo que esteve hoje constantemente no meu pensamento: "se a maturidade é o preço a pagar pela independencia... Então talvez não me importe"... Esta foi uma coisa que me tem estado a inquietar... E se eu tivesse que escolher entre ter tido acontecimentos diferentes no meu crescer e ser agora mimada e dependente dos meus pais (por exemplo) ou passar por tudo e ser assim, independente e capaz... ? Talvez preferisse ser como sou. Agora a verdade é que esta minha afirmação, esta escolha, se conseguir ter a certa para mim e interiorizar então será um grande passo...

domingo, 3 de maio de 2009

70ª Conversa - Maturidade?

Hoje o tema é Maturidade... Alguém me quer explicar o que é isso da Maturidade? Quando se tem? Quando não se tem? O que nos faz tê-la?

sexta-feira, 1 de maio de 2009

69ª Conversa - Serei Louca?

Esta é uma das perguntas que irá contra preconceitos... Quem anda em psicologos são loucos? Porquê andar em psicologos se são sãos? Estou certa que responderão que não, que cada vez mais é normal ter psicologo, etc. Mas será mesmo assim? Que se pensa no primeiro segundo quando um amigo ou um familiar diz que anda a fazer terapia? "Que tens?", "que aconteceu?", "sempre me pareceste bem...", "como não vi que algo se passava?", "nunca me pareceu que estivesses mal", etc. Não? Gostava de pensar que não mas acho que sim, são esses os primeiros pensamentos, que ainda existe conscientemente on inconscientemente preconceitos...

Serei louca por fazer terapia? Não, não sou! Todos nós temos aspectos que não aceitamos, coisas que gostariamos de mudar ou aperfeiçoar, coisas/momentos que passámos e que não sabemos digerir ou encaixar... Não? Que mal tem querer ser melhor? É isso mesmo que pretendo com as minhas idas à Rute: tornar-me melhor. Aos que me conheciam no dia-a-dia pré-Rute digo apenas que não devem preocupar-se, que estou bem, cada vez melhor. Aos que apareceram pós-Rute digo que não sou nenhuma pessoa estranha, que não tenho nenhum problema de maior, que não se devem preocupar, estou apenas a tentar conhecer-me.

Mas... Pensando agora melhor... Peço que me desculpem, mas também não me vou preocupar com o que pensam de mim.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

68ª Conversa - Uma Saga...

"Conhecemos muito pouco sobre quem somos. O que sabemos é uma gota no oceano inesgotável que é o conhecimento. Dentro de cada um de nós, existe alguém que por natureza quer ser feliz, ultrapassar obstáculos, saltar barreiras, correr... percorrer o mundo, atravessar vales e montanhas à procura da linha da meta com o desejo de sentir a textura daquela fita que o corpo derruba... Esse alguém muitas vezes não chega a viver..O desejo de erguer os braços e de dizer: "consegui!" é enorme.. Mas às vezes é somente isto...pensamentos, desejos que nos acompanham a vida inteira...

Todos nós criamos os nossos monstros, os nossos medos, os nossos pensamentos mutiladores. E esses ficam muitas vezes durante anos a fio a assombrar o nosso viver. O mal é viver demasiado o passado, mas quando este está mal resolvido é impossível deixá-lo para trás. Chega uma altura em que sentimos necessidade de reencontrar os porões do passado, abrir algumas feridas que nunca tinham cicatrizado e enfrentar os fantasmas que não tinham morrido. Esta é normalmente uma caminhada solitária porque raramente encontramos pessoas dispostas a partilhá-los... Mas quando encontramos um amigo disposto a ouvir, a partilhar, principalmente disposto a ajudar a combater os monstros, então acontecem os momentos indescritíveis.

Como se explica a cumplicidade? Ou a confiança? Fruto do tempo? Não, cada vez mais o mundo revela que não... O tempo cada vez mais remete para a desilusão, punhaladas nas costas, indiferença... Momentos únicos sim, a confiança vinda quase do nada, o carinho, a força e a compreensão ajudam-nos a travar lutas com o passado e a preparar algumas eventuais que poderão surgir no futuro. Aquele rosto nunca antes visto, aquele apoio nunca antes sentido, aquele abraço tão forte, tao apertado, tão real, tão longe e tão perto ao mesmo tempo...

Abrir o coração, partilhar momentos, libertar os fantasmas do passado é dar uma segunda hipotese, é ganhar espaço para que outros sentimentos ocupem o coração. É permitirmo-nos ser livres, vivenciar novas experiências, reconstruir... Ousemos abrir sempre o coração, partilha-lo com alguém, e reiniciar o caminho com o sentimento de liberdade..."

Cátia e Patrícia
7 de Julho de 2007

domingo, 26 de abril de 2009

67ª Conversa - Segurança?

Na Quinta-feira estive com a minha amiga T., uma amiga que conheci ha mais de 10 anos, quando ainda eramos duas adolescentes. Apesar de nos vermos poucas vezes ao ano, passámos dias e noites juntas, passámos por muitos sorrisos e algumas lágrimas... Acabámos por, de alguma forma crescermos juntas.... E tudo o que passámos, e muitas muitas horas ao telefone fizeram com que, durante muitos anos ela fosse a minha melhor amiga. Nunca perdemos o contacto, mas por vezes passam-se alguns meses sem falarmos, isto para não falarmos da quantidade de tempo sem nos vermos...

Mas nos últimos três meses, estivemos duas vezes juntas. Nesses "bocadinhos" temos imenso que contar, novidades, estados de espírito, situações.... E o tempo é sempre pouco. Nesta ultima vez, estavamos já a despedirmo-nos quando ela diz-me que lhe pareço com muita confiança e segurança a falar. Fiquei admirada, e não soubia muito bem o que lhe responder... Voltei a referir as minhas consultas com a Rute, e o esforço que ando a tentar para me fortalecer...

... No dia seguinte liguei à T. Queria falar sobre essa questão da segurança, se ela que me conhecia tão bem, me achava agora com segurança no falar, no estar. Percebi então que ela, que sempre foi como que um exemplo para mim, estava agora com lapsos de segurança... talvez por isso me ache mais segura... Será?

Estarei eu mais segura ou a T. estará mais insegura? Estarei eu de facto mais segura ou finjo melhor que há 10 anos? A minha construção interior estará já visível aos olhos dos outros?

66ª Conversa - O velocidade dos minutos...

Porque é que 60 minutos a trabalhar não têm a mesma velocidade dos minutos com a Rute? A verdade é que aqueles 60 minutos com a Rute passam a uma velocidade louca... Cada vez mais aquele espaço é meu, é nosso e ali a conversa é como pipocas: vamos comendo sem dar conta e quando menos se espera... chegam ao fim. E pensando bem, as idas à Rute são mesmo como ir ao cinema. Há quem vá ao cinema à segunda para aproveitar o preço mais barato, eu estou com a Rute, e apesar de gostar bastante de cinema, estou certa que estes meus 60 minutos, são muito melhor aproveitados.


Não sei se eu e a Rute alguma vez seriamos amigas, não sei se temos algo em comum ou não... Não sei praticamente nada dela, uma ou outra coisa... Mas a verdade é que cada vez mais sinto aquela relação terapeutica: confio nela, ela ouve-me... Se me aconselha? As vezes até acho que não, mas faz-me abrir sobre os mais variados assuntos, faz-me pensar, faz-me desculpar-me a mim mesma, e neste instante é apenas isso que me importa...

... e amanhã é dia de estar com a Rute novamente!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

65ª Conversa - A Rute faz-me bem?

Questionaram-me já mais que uma vez se a Rute me anda a fazer bem. Minha resposta imediata foi que: sim, muito bem! Agora pergunto-me: faz-me bem?

Passo por tempos complicados, complicados em termos familiares, complicados internamente, o que me tem feito andar menos bem.... Mas isso está relacionado com a Rute? Não, não está...

As conversas com a Rute têm-me feito ver coisas em mim que não via, fazem-me pensar, fazem-me construir, fazem-me evoluir... Não, não quero mudar quem sou, os valores que tenho, a forma como penso. Quero apenas ser mais confiante, ser mais segura de mim mesma... E isso faz-se ultrapassando momentos do passado, perdoando atitudes que tiveram para comigo; faz-se aceitando pequenos defeitos que tenho, aceitando quem sou; faz-se não sendo tão exigente comigo nem com os outros... faz-se... de muitas formas, algumas que já sei e outras que ainda não descobri.

Se a Rute faz-me bem? Faz-me sim, faz-me pensar em mim, faz-me pensar no nó que tenho no meu passado, no meu presente e que não quero levar para o futuro... O nó que quero aprender a desactar.

Não posso pensar em construir em 3 meses o que não construi em 26 anos. Para construir vou precisar de desconstruir muitas ideias, muitos maus pensamentos, muita coisa... Preciso de fazer uma terraplanagem para poder construir direito... Descontruir traz sofrimento e leva tempo. Deem-me tempo e verão!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

64ª Conversa - Assim...

Existem momentos assim, em que parece que tudo parou, que tudo dorme, que tudo está noutro lugar, noutro tempo, noutro estado e eu... Aqui... Assim! Existem dias que são assim, e outros menos assim... Hoje é um dia assim, dia que não devia ser... E para que deixe de ser assim, para que amanhã seja outro dia e que espero, não tanto assim, vou dormir.

63ª Conversa - Aprender a viver comigo

Hoje não vou à Rute porque ela tem um congresso, mas hoje tinha bastantes assuntos para falar com ela. É sempre assim, não é?

Desde comecei com as sessões que me quero encontrar, e de facto tenho vindo aos poucos saber lidar com alguns sentimentos, com alguns pensamentos, com algumas situações. Desde que comecei com as sessões já fui libertando, aos poucos, alguns fantasmas que me apresionavam. Não, não vou dizer que estou curada, até porque não sinto que estivesse doente, mas também não vou dizer que estou bem, que já vivo totalmente bem comigo mesma, não...! E acho que é esse o maior caminho que me falta: aprender a viver comigo! Hoje é um dia triste, mas sei que o caminho passará por me conhecer, por aprender a conhecer-me assim como sou. Sei também que o caminho não será facil, que não está a ser fácil... Mas preciso tentar. Desculpem-me.

62ª Conversa - o meu irmão e eu

A Rute diz que não consegue perceber qual a minha relação com o meu irmão, porque quase não falo nele. O meu irmão tem 33 anos e sempre foi o oposto de mim, ainda hoje. Não estudou, eu tirei mestrado; sempre foi inresponsável, eu tinha que ser um poço de responsabilidade; ele fazia os disparates, eu tinha que andar na linha; ele é o extrovertido, eu a seriedade; ele é o protegido dos meus pais, eu tive que descobrir a independencia desde cedo.

Sempre tive ciúmes do meu irmão. O feitio extrovertido e a forte ligação com os meus pais levava-o para o palco principal e a mim restava apenas o lugar de figurante numa familia de 4. Ainda hoje tenho ciúmes, mas verdade é que não trocava a minha vida por a dele.

A minha relação com o meu irmão sempre foi um pouco estranha. Por termos 7 anos de diferença, ele sempre quis desempenhar a função de paizinho, mas nunca o permiti. Eu era confidente dele, mas ele não era o meu (por ser paizinho). Quantas vezes dei-lhe conselhos? Quantas vezes ainda fui eu que tive de ajudá-lo? Quantas vezes é que me telefonou para eu o desenrascar? Mas também tinhamos o outro lado: todas aquelas vezes que deixámos de falar por tempo indeterminado. Tivemos já várias discussões, desentendimentos que nos afastaram por várias semanas ou até meses... Mas depois também tinhamos brincadeiras tipicas de putos: discussões à chapada e ao pontapé, cocegas que acabavam em choro (da minha parte, claro), entre outras, em que tinhamos os nossos pais a tentar fazer-nos parar antes que ele me magoasse. Muitas foram as vezes que terminei com nódoas negras, mas com uma satisfação porque tudo aquilo era também amor. Se amo o meu irmão? Ninguém tenha dúvidas disso.

Há 5 anos ele teve um filho, a coisa mais perfeita que ele alguma vez fará. Uma criança que eu amei desde o primeiro segundo, mas que 1 ano e meio depois, foi para milhares de kms de distância. Sofri muito, pela ausência da criança, pela ausência do meu irmão, pela perda de tudo aquilo que tinhamos. Para me tentar proteger, tentei afastar-me deles, afinal coração que não vê, coração que não sente, não é?

Passou-se quase dois anos e o meu irmão voltou, mas o meu sobrinho não. Custou-me muito, continua a custar-me muito ter o meu sobrinho longe, custa-me muito vê-lo crescer sem o ter por perto, custa-me muito ouvi-lo a falar cada vez mais o inglês e menos o Português, custa-me muito não poder estar perto para quando precisa...

Na quinta-feira passada eu e o meu irmão tivemos uma discussão por causa de umas fotografias do 5º aniversário do meu sobrinho, que teve para mim consequências maiores. Agora foi o meu irmão que me afastou do meu sobrinho. "Existem coisas que são só minhas e dela e mais nada" - referiu. Nem consegui responder, as lágrimas invadiam-me o coração e a cara. Nesse dia nem conseguia falar... Remeti-me ao silêncio, assim como me remeterei perante o meu irmão.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

61ª Conversa - As minhas ausências

Tenho andado ausente. Tenho andado ausente da blogosfera, do Ticho e daqui também, mas não era suposto. Ok, estar ausente do Ticho ainda é menos mau, mas era suposto este ser um blog em que fosse colocando para aqui comentários, pensamentos, sentimentos que me vão acontecendo e não o tenho feito...

...Na próxima semana não vou estar com a Rute, parece que ela tem um Congresso que a vai impedir de estarmos juntas. Estou então comprometida comigo mesma a pensar, em escrever tudo o que me vai acontecendo para que daqui a 2 semanas tenhamos imenso para falar e não sinta, novamente, muito a quebra da ausência.

terça-feira, 7 de abril de 2009

60ª conversa - As nossas conversas

Se eu tivesse alguma dúvida, ontem tive a certeza: estou a conseguir falar tudo sobre tudo com a Rute. Sim é verdade que ainda existem palavras ou afirmações que não me saem sem tentar rodear, mas ela percebe e puxa por mim. Porque me custa? Porque não estou habituada a dize-lo, porque não quero admitir algumas coisas ou simplesmente porque não "gosto" de determinadas palavras.

As conversas com a Rute são cada vez mais conversas nossas, conversas que falo com ela e ficam ali, só ali, naqueles dois pequenos sofás, naquelas quatro paredes do gabinete. A ida ali é uma entrada em mim, uma introspectiva, uma endoscopia (como comicamente li ontem). No início, as nossas conversas era mais semelhantes a monólogos meus em que ela ouvia-me com atenção e ia tentando interpretar. Agora, as conversas são essencialmente conversas, e bastante mais animadas. Ela já me apanhou algumas fugas, e faz com que acabemos por falar delas, naquele dia ou no seguinte, naquele minuto ou 15 minutos depois. Percebe também quando eu não quero falar de todo, mas... 2 ou 3 semanas depois havemos de lá chegar.

Mas de facto o bem que as nossas conversas me fazem não se esgota naqueles 60 minutos de segunda-feira. Vão muito além disso. A segunda-feira à noite, normalmente é um dia de recolha minha, de pensar sobre tudo o que foi dito e depois é ir mais além e arrumar ideias. Arrumar de tal forma que quando (voltar) passar por determinados momentos as coisas já saiam naturalmente.

Esforço? Claro que sim... Existe um esforço, uma luta, uma caminhada... Mas neste momento quero investir em mim.

sábado, 28 de março de 2009

59ª Conversa - I'm not perfect but I'm not lost

A Carracinha escreveu um post que se intitula de "I'm not perfect but I'm not lost!", sobre o facto de admitir que não é perfeita... E isso deixou-me a pensar. Acho que para a generalidade das pessoas, a verdade de que não somos perfeitos é algo de normal e natural., no entanto, acho que para ela, e para mim com certeza, essa é uma verdade difícil de aceitar. Não, não é que eu tenha pretensões a ser mais ou menos que alguém, não! A verdade é que sempre fui "treinada" ou pressionada para não errar, para tentar fazer o melhor e ser o melhor, e isso fez com que lide mal com os erros, com as imperfeições, com as quedas. Faz com que as quedas pareçam ser monstruosas... E que só se avance quando se tem a certeza de acertar, o que também faz com que avancemos menos, ganhemos menos.

Com a Rute ando a tentar desculpar-me de alguns erros que fiz, de alguns erros que faço. Não sou perfeita, e tenho que aceita-lo e não deixar que os outros pensem que o sou... Não, não sou! Erro sim, e irei errar muitas vezes ao longo da vida... Sou demasiado exigente para comigo e isso não é bom porque a decepção é mais frequente...

"Quero lá saber!" - É uma forma que, não sendo de todo verdade, é um bom principio para começar a dar menos importância ao que os outros esperam de mim... Sou assim: imperfeita e a (começar a) gostar de o ser.

quarta-feira, 25 de março de 2009

58ª Conversa - Relação terapeutica vs relação comigo...

A conversa com a Rute (acho que vou mesmo passar a chama-la a sim) na segunda-feira correu bastante bem. Não tinha estado com ela, e sentia falta... Falta de parar, falta de arrumar ideias e pensamentos. Os momentos passaram tão a correr que nem me apercebi...

A Rute disse-me que ainda estamos no início da nossa relação terapêutica... Não percebi e questionei-a sobre o assunto. Ela disse-me que a nossa relação terapeutica só estará completamente definida quando eu não tiver sequer que pensar para lhe contar o que quer que seja. Mas eu disse-lhe que existem coisas que eu nem sequer quero pronunciar em voz alta porque assim não quero ouvir-me dize-las. Não que não confie nela, mas apenas porque me são dificeis de assumir, sejam momentos passados, sejam sentimentos, sejam sequer pensamentos... Disse-lhe que não era por ela que sentia dificuldade de falar mas por mim... "- E então, partindo do mesmo pressuposto, quer dizer que eu não tenho uma boa relação comigo...?!", perguntei. "- Qual é a duvida??!", respondeu ela de rompante! E desatamo-nos as duas a rir...

57ª Conversa - a mudança

A aNa tem um blog que costumo visitar mais ou menos assiduamente. Alguém com quem me cruzei no blog de alguém, amigo de outro alguém que frequentava tambem um blog que eu conheci, no blog de outra pessoa, que outro alguém me chamou a atenção... Conheci e fui ficando... Foi a aNa quem me deu a conhecer a Rita (Rita chamo eu, Rute chama-se ela... Mas o que é que isso interessa?) no seguimento de um post sobre terapias... No outro dia e a respeito de mudança a aNa escreveu:

"a mudança interior é uma coisa que só está relacionada connosco e com o desconforto do nosso statu quo. é, portanto, uma coisa pessoalíssima.
querer encontrar motivações externas para a iniciar, é o mesmo que procurar legitimidade para o nosso insucesso - porque é bem verdade que, estando inspirados, arranjar desculpa para o que não conseguimos fazer é uma das maiores artes do ser humano.
para além disso, a mudança não se faz sem dor - às vezes, muita dor. portanto, quando alguém se propõem a mudar, é bom que esteja consciente da empreitada que vai iniciar. e se é isso mesmo que deseja. não é por nada em especial, mas é sempre bom evitar situações que nos provoquem frustração"


E eu escrevi:

A mudança é mesmo uma coisa pessoalissima e sim, está relacionada com a nossa forma de nos vermos, mas mais que isso está relacionada com a forma como (ainda) deixamos que o passado interfira no nosso presente… ou… como deixamos que as marcas dolorosas do passado, interfiram na nossa felicidade do presente.

A mudança deve (ou poderá ser) atingida através de uma consciencialização do que estamos a “ver mal”, é um libertar de sentimentos, é um poder ver com outro olhar que para além do nosso como que estivessemos a ver uma escultura e mudarmos a nossa posição, o nosso ângulo de visão…

A mudança carece de esforço e (principalmente) de muita disponibilidade… disponibilidade para parar, para nos analisarmos, para irmo-nos construindo depois de nos desconstruirmos, ou desconstruirmos a forma como achamos que tudo é… Não somos donos da razão e a forma como nos vemos, vemos os outros ou o mundo, nem sempre é a (mais) correcta… Há que ver isso, aceita-lo, e querer mudar… tudo passa pelo querer, não? Quanto à dor… Quantas vezes não tentamos fugir de nos confrontarmos? Pois é, as mudanças só existem se quisermos ver… e ver, confrontar trará dor…

Estou em processo de mudança… No início questionava-me /questionavam-me se queria ser outra pessoa… A mudança não estará na minha forma de ser, mas na forma como me vejo, como vejo os outros e o mundo… Serei a mesma pessoa, com o mesmo (mau) feitio, com as mesmas preocupações… os gestos, as atitudes poderão ser diferentes mas não porque mudei, mudou a visão…

segunda-feira, 23 de março de 2009

56ª Conversa

Já não vejo a Rita há duas semanas... Sinto-lhe a falta, sinto a falta daqueles momentos em que o mundo pára. Balanço destas duas semanas? A correr e sem tempo para pensar em mim... Sinto-lhe a falta. Mas hoje está marcado, hoje é o dia!

55ª Conversa

Quando iniciei este espaço, pensava apenas em exteriorizar pensamentos e sentimentos. Este era um espaço onde não me importaria com quem lesse... Este era um espaço onde eu seria eu e outro eu... aqui, sem máscaras.

Manterei este meu pensamento, não quero conter-me aqui. Sei que existem ou existirão pessoas que se tocarão por se sentirem aqui vistas ou revistas... Por escrever aqui o que não digo. Mas muitas vezes o que aqui está escrito são "repentes", são sentimentos instantâneos, é uma exteriorização de um momento, e não é algo que me determina, que não determina um dia... Sei também que muitos não vêm aqui porque não existe aqui nada de muito interesse, não existe uma casa bonita, não existem frases filosóficas, não há música de fundo, nem tão pouco imagens apelativas. Sei também que muitos vêm aqui, e que não comentam por acharem um lugar intimo... Estejam a vontade... Aqui é assim, sou e serei assim aqui.

sexta-feira, 20 de março de 2009

54ª Conversa

Estou extremamente cansada... Cansada ao ponto de não saber o que digo ao ponto de fazer paragens no discurso, ao ponto de não saber a letra daquela música que eu canto sempre... Pergunto-me: e para quê?! Eu sou assim: corro, corro, canso-me e mato-me pelo trabalho, mas no fim apenas fica o vazio... O cansaço psicológico em conjugação com o cansaço físico e um tempo de recuperação física mais lento, torna-me mais impaciente, sem vontade de fazer, de falar, de estar... Às só me apetecia que o mundo se esquecesse de mim...

quarta-feira, 18 de março de 2009

53ª Conversa

Cada vez mais sinto que as minhas idas à Rita são os únicos momentos em que posso parar para pensar... Pensar em mim, pensar na vida, no que quero e no que não quero. A vida tem sido uma correria e não dá tempo para nada. Esta semana não estive com ela, mas faz-me falta. Faz-me falta pensar, descansar do mundo e ser apenas eu... Eu e ela numa sala fechada, onde o mundo está congelado. A única coisa que me faz lembrar do tempo é o pequeno relógio que corre das 19h às 20h. Por agora apenas corro e espero até à proxima vez...

sexta-feira, 13 de março de 2009

52ª Conversa

Ando cansada, de rastos, sem tempo para nada, para ninguem, principalmente, nem para mim. Desmarquei saidas, desmarquei fins-de-semana, desmarquei o encontro com a Rita na proxima segunda feira... Há trabalho a fazer e eu... cá estou! Se alguém me agradece? Não, eu sei que não... Mas tem que ser, não é? O dever chama e no final tem que estar tudo pronto na data prevista. Quantas horas é suposto trabalharmos por dia? Pois... é isso... a esta hora ainda cá estou, e... amanha é outro dia...

quarta-feira, 11 de março de 2009

51ª Conversa

Ainda sinto o sabor das lágrimas que me cairam... Cairam por um motivo que não existe, por um espaço que não tenho, por uma luta que não travo. Sinto ainda a sensação de as ver saltar e das palavras a ficarem presas na garganta. Olho o espaço vazio e vejo-me lá atrás, em dias que passaram, em viagens que fiz, em idas e vindas por essa distância que me separa do presente. Olho o espaço enquanto o olhar fica turvo... Apago a luz, fecho os olhos e adormeço.

quarta-feira, 4 de março de 2009

50ª Conversa

Como disse a Rita, era preciso o lado formal falar... E foi assim, o meu lado formal falou... E hoje fechei-te a porta...

49ª Conversa

Quem és tu para pensares que tens direito ao que quer que seja? Porque te atribuis um valor que não te dou? Porque pensas que podes mandar e desmandar no que é meu ou no que me diz respeito? É isto, e por isto que nunca te conto de mim, da minha vida... Porque tenho que me arrepender sempre que abro a porta?

Grrr... Raiva, furia é o que despertaste em mim, parabéns!

Adenda: redimiste-te... era o minimo...

terça-feira, 3 de março de 2009

48ª Conversa - Hoje é o dia...

Hoje é o dia de voltar lá, aquela casa que é minha, aquela onde cresci, onde aprendi, onde me tornei mulher. Aquela casa trago-a no peito, lá aprendi que existe um mundo novo lá fora e que a vida é para ser vivida. Lá conheci gente tão diferente que pensava inatingivel. Lá tornei-me quem sou.

Mas num sopro rasgado no peito digo baixinho que hoje não me apetece ir lá, nem ver aqueles que foram colegas de caminhada, aqueles que cresceram comigo ou que me fizeram crescer... alguns à força. Não me apetecia encontrar aqueles que me vão perguntar pelos sucessos que não tenho (ou talvez tenha) ou pelo futuro que será diferente do que todos esperam. Estarei eu a fugir novamente? Estou eu a desistir? Estou eu a deixar de lutar? Ou estarei eu apenas a ir por outro caminho apenas porque quero e assim escolhi? Que não me perguntem hoje pelo exame que não vou fazer... Hoje voltarei lá, sem palavras para contar...

segunda-feira, 2 de março de 2009

47ª Conversa

Existem pessoas que não quero na minha vida. Não quero no presente, porque o passado foi longo e doloroso... Quantos anos? Conto quase 8 longos anos... Porque é que o telefone ainda toca com o teu nome? Fazes-me mal, faz-me mal ver o teu nome, fazes-me mal... Porque toca ainda o telefone com o teu nome? Fazes-me mal... Já to disse? Acho que não... Mas desta vez não terás resposta, não saberás de mim... Sabes uma coisa? Já não estou aqui... Segui caminho. Tu? Tu ficaste lá atrás.

domingo, 1 de março de 2009

46ª Conversa

Quando estive com a Rita, na passada semana, entrei e saí de lá de peito aberto, cheia de força, de coragem para mover montanhas. Hoje já não estou assim mas estou bem... Sei qual é o meu caminho, sigo-o passo após passo. No final ficará a vitória, não aquela para ser aplaudida de pé, mas aquela mais importante em que saio confiante com passo forte mas sereno ao mesmo tempo. Sigo para lá...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

45ª Conversa

Nem sempre a forma como nos vemos é a forma que os outros me veem, e comigo isso acontece frequentemente e em muitos pontos. A forma que eu me vejo, perante certos aspectos, é muitas vezes retorcida por marcas do passado. As outras pessoas, por sermos todos diferentes e por não terem passado pelas mesmas situações que eu, não têm a mesma envolvência e por isso não terão a mesma interpretarão os mesmos assuntos que eu.

Agora como é que vou conseguir sair eu do nevoeiro e ver com a clareza dos outros? Preciso de trabalhar para afastar as nuvens, e talvez passe, numa primeira fase em acreditar naquilo que dizem de mim. Porque não? Se os amigos (que sei que o são) acham isto ou aquilo a meu favor, porque estariam eles a inventar? Acho que tenho amigos sinceros ao ponto de me dizerem o bom e o mau e que não querem nem precisam de me engraxar... Claro que não poderei acreditar apenas porque me dizem, mas poderá ser um ponto de partida, mas terá sempre que passará por uma reflexão interna seguida de uma aceitação.

Sou assim? Pois sou! É bom? Óptimo! É mau? Talvez possa fazer algo para melhorar, não deixando de ser quem sou...

44ª Conversa

Nem sempre é facil falar, nem sempre é facil verbalizar determinados assuntos, dores, fantasmas... Custa? Sim, custa dizer, custa aceitar, custa ouvir-nos dizer determinadas coisas... assumir! Naquele momento, mais do que assumir perante os outros, existe um assumir perante nós. E quando o fazemos, algo mexe cá dentro... Algo dito em voz alta é algo que estamos a "formalizar" e a partir desse dia aquela é a realidade... Uma realidade que tentaremos aceitar e inclui-la nos nossos moldes já pré-formatados.

Sei que tenho muita dificuldade em falar de mim, das minhas coisas, dos meus sentimentos. Sei que eu própria crio barreiras invisiveis que impedem chegar até mim, barreiras que estou, neste momentos, a querer eu própria ultrapassar.

Quando o faço preciso sentir que me ouvem, que sentem, que dão importância ao que estou a dizer... Preciso ter tempo e espaço para expor tudo o que tenho a dizer, preciso que não fiquem palavras para depois... Quando o faço preciso de estar certa que vou ter ganhos e não apenas perdas... ganhos por uma dor partilhada ser uma dor dividida por duas pessoas... Preciso muito de saber que não vai haver um julgamento, porque o maior é e será feito por mim, comigo. Mas existem momentos e conversas que, quando existem em partiha, com disponibilidade, podem ser de uma suavidade extrema que nos tornam mais leves e nos dão força continuar a limpar o armário...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

43ª Conversa

Combinei com uma amiga que não via há anos encontrarmo-nos para lanchar. É uma amiga daquelas que passavamos horas a falar e que contavamos os segredos... Viamo-nos apenas algumas vezes por ano, a distância, que agora parece-me ridicula, impunha-o, mas não era esse o motivo para não a considerar a minha melhor amiga. Crescemos juntas, mesmo que distantes. Vi-a entrar na faculdade, um pouco antes de mim, e a sair da faculdade... Acompanhei o seu primeiro emprego, o outro... Acompanhei o seu primeiro namoro, acompanhei o termino e o inicio de outro... Agora, uns 10 anos depois de a conhecer, e passado uns 4 anos sem nos vermos, (apesar de termo-nos acompanhado mesmo que há distancia), na hora marcada, lá estavamos as duas sentadas à mesa daquele café no meio de tantos livros... Os primeiros instantes foram estranhos, somos agora duas mulheres que antes não o eramos... Mas depois dos olhares, vieram as palavras e essas trazem o carinho e a preocupação de sempre.

Não sei bem como mas em menos de uma hora, ela conseguiu pôr-me a falar de mim. Conseguiu provavelmente porque nós sempre falámos muito, mas... não contava faze-lo desta forma. Falei-lhe de mim, do meu percurso, das minhas dores, (de algumas) das minhas cicatrizes... Ela estava ali para me ouvir, como sempre tivemos uma para a outra, mas sei que ficou a pensar, até porque algumas coisas lhe passaram ao lado durante tanto tempo... Houve outras que não contei, claro está... seria um pouco demais em tão pouco tempo, mas foi bom assim...

O tempo passou rapidamente e soube a pouco... Para mim e para ela, eu sei que sim... Ficou o meu espanto por tudo o que disse e falei, ficou a certeza de uma amizade que me acompanha de forma tão verdadeira há tanto tempo... Ficou o sorriso.

42ª Conversa

Eu em confissão

Da última vez que estive com a Rita não me apetecia falar... Daqueles dias em que apenas me apetecia esconder debaixo dos cobertores, e fingir que não está ninguém. Mas como não podia ser... Lá tive eu que ir e... ainda bem que fui. Mostrei-lhe que não estou sempre assim tão bem, e que tenho alturas más, que nem sempre me apetece falar e que nem sempre tenho as certezas que digo ter. Não, não sou assim tão forte... Tenho um lado positivo muito forte? Se calhar tenho, mas por muito forte que seja, ainda existem momentos em que é vencido por esse outro lado... aquele que eu tento esconder debaixo dos cobertores. Mostrei-lhe tudo isso e ela... mostrou-me que posso ser diferente, que faz-me bem falar com ela, que me pode ajudar, e que ela consegue mostrar-me caminhos e razões que nesses dias não quero ver...

... Hoje estou aqui de novo, mas sem cobertores... Hoje estou aqui de mangas arregaçadas...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

41ª Conversa

Eu a deambular nos pensamentos

Existem momentos que apenas me apetece estar na escuridão com televisão ligada a debitar hertz e decibeis sem que eu esteja demasiado atenta. Passam filmes ou notícias que apenas iluminam a escuridão. Deitada, com uma manta a tapar-me o corpo fico ali desejando que o mundo esqueça que eu existo. Não tenho razões, apenas uma melancolia que arrefece e me tolda o pensamento a ponto de não pensar sequer. Não me apetece falar sequer... Preciso? Não poderei ficar no silêncio dos decibéis da televisão? Toca o telefone, respondo à chamada do mundo... Falo mas os pensamentos continuam embrulhados, sigo com pensamentos curtos, como se não conseguisse ordenar mais que duas ideias. No fim, desligo e sei que não me posso esconder e que me encontram mesmo no meio da escuridão... Levanto-me bebeda por aquele ar turvo, e vou colocar algo no estomago... Alimentar o físico para reforçar o espírito. O dever chama, ligo e desligo maquinetas que levam directamente para o mundo global. Não me queria esquecer? Cruzo-me com alguém que conheço apenas de nome de longas conversas de palavras escritas. É intrometimento por te preocupares? Não penses assim, de todo... As minhas "tristezas" de que falas e que (não) queres conhecer estão aqui, despidas de mim. As dores físicas, essas que me acompanham são apenas umas, porque existem muitas outras. As dores que marcam cá dentro estão a ser cuidadas, qual cérebro aberto em meio de uma cirurgia. Mas será suficiente? O meu "lado positivo muito forte", como a Rita lhe chama, tem-me ajudado a seguir caminho... Mas quero? Não posso eu ficar na sala escura e esquecer-me do mundo? Absurdo, eu sei... Não posso mesmo?! Absurdo, eu sei... Eu sei que quero, sei que tenho que... mas custa e neste momento faltam-me as forças. A razão? Como respondi ontem não sei, nem quero muito saber, não me parece que tenha uma razão concreta... Durmo e acordo e cá vou eu de novo para o mundo. Vou... tudo está bem, tudo parece bem. Mas não quero falar, não quero estar... Que tenho eu para dizer? Nada...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

40ª Conversa

Outro Eu - Se eu disse à Rita que tinha receio de me impor, de discutir de peito aberto, na segunda-feira fi-lo. Na segunda disse claramente o que achava, o que não achava e porque não achava. Na segunda-feira disse claramente porque é que tinha que ser assim: porque é assim que eu quero! Não, não foi um acto de mandar, foi um acto de me fazer valer. Esse "fazer valer" que muitas vezes não chegava por falta de confiança, por não me querer chatear ou discutir. Mas neste momento sei o que quero, tenho objectivos e tenho que os mostrar e demonstrar para os concretizar. Está na hora...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

39ª Conversa

Eu - Não tenho escrito, não tenho pensado... Não tenho tido tempo! A verdade é que não ando com tempo para nada... Ou será que tenho mas anda mal aproveitado? Não tenho pensado também porque existe um nó que preciso desactar mas não sei bem como. Sei que não o quero, mas sei que desse nó sairão feridas... No percurso, onde perdi o controlo?
Outro Eu - Para a realização de um sonho é preciso lutar muito, e muitas serão as vezes que encontraremos obstáculos, mas está em nós aprender a ultrapassa-los. Esse caminho tornar-nos-á mais fortes.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

38ª Conversa

Eu a pensar alto...

O que se sente quando, alguém que gostamos muito conta-nos um momento extramente doloroso seu, algo que não contavamos e que não podemos fazer nada para alterar?

O que se sente quando contamos algo muito doloroso a alguém de quem gostamos muito, um segredo que pensávamos que iria morrer connosco?

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

37ª Conversa - Arriscar (parte 2)

Eu - Falei com a Rita sobre o post Arriscar, que se calhar não o teria feito por completo, no caso de Cambridge.
Outro Eu - E ela concordou, certo?
Eu - Sim, ela disse-me que quando eu lhe tinha contado, que se tinha apercebido disso mesmo, que se eu quisesse naquela altura teria conseguido ir, mas que houve coisas que me prenderam. Inclusivamente a falta de incentivo por parte das pessoas que estavam ao meu lado...
Outro Eu -Nós mostravamos que eramos fortes mas no fundo, era o medo que reinava.
Eu - Sim... E eu disse a Rita que esperava que, desta vez em que estou a tentar construir algo de raiz, não existissem os mesmos medos e as mesmas questões a prender-me. Ela disse-me que não, que isso não irá acontecer, e que ela própria não deixará que isso aconteça.
Outro Eu - Claro que poderão haver riscos reais.
Eu - Eu disse-lhe isso mesmo... Mas a verdade é que esses riscos poderão não passar de desculpas...
Outro Eu - E ela?
Eu - Ela disse-me que lhe cheiravam quando eram desculpas!! E que se fossem, apanha-as num instante... Ela comprometeu-se comigo.
Outro Eu - Óptimo...

36ª Conversa - Banalidade

Outro Eu - No outro dia em conversa com amigos, estavamos a falar sobre as outras pessoas. Não, não era a dizer mal dos outros, era falar sobre conteúdo das pessoas em geral. Quando falámos sobre pessoas banais, isto é, sem açucar, sal e pimenta, disse, naquele momento em tom de brincadeira, que eu era banal e estava ali. Responderam-me logo prontamente que eu não era nada banal, apesar de eu pensar que o era. Pergunto-me: Será que eu penso que sou banal?
Acho sinceramente que penso que não o sou. Apesar de toda a baixa auto-estima que tenho, e que foi construida ao longo de sempre, considero-me uma pessoa inteligente (há quem diga que sou das pessoas mais inteligentes que conhecem, mas isso são exagerados) e que sei manter uma conversa quase sobre tudo. Claro que existem assuntos que desconheço por completo, mas pelo menos tento manter uma cultura necessária (sim, porque para mim não existe cultura geral) para o conseguir. E vejo muito para além das roupas, das montras, da moda e dos relacionamentos dos outros que saem nas revistas. Depois como poderei chamar-me banal se tenho um passado como poucos sequer imaginam, com alguns esqueletos no armário e alguns não tão bonitos quanto isso? Como poderei ser banal se sempre me preocupei com os outros, e não só com os próximos, mas com a sociedade e tento dar a minha contribuição? Como poderei ser banal se tenho intensões bem definidas do que quero para o futuro e estou de alguma forma a tentar começar contrui-lo? Como posso ser banal se daqui a uns meses me quero envolver mais directamente no mundo da política?

Claro que muitas vezes posso achar-me menos merecedora de tais pensamentos, mas acho que apesar de tudo, no meu intimo, nunca me considerei banal...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

35ª Conversa - A outra que sou

Eu e Outro Eu

"Não vou... não quero ir... não quero ter que voltar! Sei que um dia, verás além de mim, que conseguirás finalmente ver-me, sem esse filtro que agora usas, que entenderás finalmente quem sou... que farás nesse dia com a outra?" (...) "Vem hoje, agora, já, e olha-me bem, como se fosse a primeira vez... quero que esqueças essa outra... essa que tens e que não sou eu! Abandona-a! Esquece-a! Ela é boa demais, fantástica demais... eu não... eu sou real... choro, riu, amuo, sou injusta, amo... sou o bom e o mau... inteira!"

Hoje encontrei algumas palavra que identificam essa outra que também existe em mim

34ª Conversa - Esqueletos

Eu - Todos nós temos esqueletos no armário, todos nós sofremos por este ou aquele motivo, todos nós temos um passado que influência o nosso presente.
Outro Eu - Certo, mas nem sempre se mostra esses esqueletos, aliás nem é a toda a gente que se mostra esses esqueletos.
Eu - Claro que não é sempre que os mostramos nem a todos. Mas primeiro temos que aceitar que eles existem, aceita-los e reconhece-los. Depois lutar para os ultrapassar, tentando minimizar as mazelas causadas. Só aí podemos abrir as portas do armário e mostrá-los...

sábado, 31 de janeiro de 2009

33ª Conversa - Arriscar

Eu - Da ultima vez que estive com a Rita, ela perguntou-me se eu não arriscava, e eu disse-lhe que arriscava quando tinha um risco controlado, e falei-lhe sobre o meu percurso profissional. Falei-lhe da "possivel ida para Cambridge" que não fui porque, apesar de ter sido admitida, não tive bolsa, também porque não tinha certificados, falei-lhe da minha ida para a empresa actual, falei-lhe de uma recente ida ao Porto... Falei de várias coisas...
Outro Eu - O caso do Porto não estava completamente sobre o teu controlo, e correu muito bem. A empresa, foi um benefício para ti. Mas e a questão de Cambridge leva-me a perguntar se fizeste tudo o que tinhas a fazer para conseguir. Sabemos muito bem que apesar de ser uma excelente oportunidade e de até ser tua vontade de querer ir para o Estrangeiro, havia muito medo. Medo que desprezavas perante os outros, mas que te fizeram ficar muitas noites em branco.
Eu - Eu sei, e se calhar quando falo de não ter os certificados, de não conseguir bolsa, faço-o em jeito de desculpa... Se calhar não arrisquei.
Outro Eu - Estamos agora a construir outra oportunidade para o futuro, mas que agora seja para arriscar, depois de conhecidos e ponderados todos os riscos. Que não se sobrevalorize os riscos só para não arriscar.
Eu - Ambos sabemos que queremos muito mais desta vida que o que temos actualmente.
Outro Eu - E para isso é preciso muita força e... arriscar.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

32ª Conversa - O aniversário

Eu e Outro Eu a pensarem em conjunto...

Hoje é um dia importate para mim. Costuma ser um dia tendencionalmente depressivo e em que me escondo de mim própria. Se o dia do nosso aniversário é dia de celebrar o facto de estarmos vivos, e se antes não gostava de o estar, porquê celebrar?

Mas este ano não quero que seja assim... Hoje, encontro-me mais segura de mim mesma, mais consciente do que sou, do que quero ser e do que não quero ser. Sei que tenho ainda muitas pedras no sapato a resolver, mas estou nesse processo e isso é o muito importante...

Quero acreditar que a vida tem muita coisa para me oferecer e cabe-me a mim aproveitar e lutar por isso. Hoje quero celebrar o meu aniversário, quero dizer que vou em frente, e que os meus 26 anos serão um ano de mudança e que mais tarde serão para recordar. Hoje aposto em mim!

ps - o Eu e Outro Eu são gémeos... lol