quarta-feira, 25 de março de 2009

57ª Conversa - a mudança

A aNa tem um blog que costumo visitar mais ou menos assiduamente. Alguém com quem me cruzei no blog de alguém, amigo de outro alguém que frequentava tambem um blog que eu conheci, no blog de outra pessoa, que outro alguém me chamou a atenção... Conheci e fui ficando... Foi a aNa quem me deu a conhecer a Rita (Rita chamo eu, Rute chama-se ela... Mas o que é que isso interessa?) no seguimento de um post sobre terapias... No outro dia e a respeito de mudança a aNa escreveu:

"a mudança interior é uma coisa que só está relacionada connosco e com o desconforto do nosso statu quo. é, portanto, uma coisa pessoalíssima.
querer encontrar motivações externas para a iniciar, é o mesmo que procurar legitimidade para o nosso insucesso - porque é bem verdade que, estando inspirados, arranjar desculpa para o que não conseguimos fazer é uma das maiores artes do ser humano.
para além disso, a mudança não se faz sem dor - às vezes, muita dor. portanto, quando alguém se propõem a mudar, é bom que esteja consciente da empreitada que vai iniciar. e se é isso mesmo que deseja. não é por nada em especial, mas é sempre bom evitar situações que nos provoquem frustração"


E eu escrevi:

A mudança é mesmo uma coisa pessoalissima e sim, está relacionada com a nossa forma de nos vermos, mas mais que isso está relacionada com a forma como (ainda) deixamos que o passado interfira no nosso presente… ou… como deixamos que as marcas dolorosas do passado, interfiram na nossa felicidade do presente.

A mudança deve (ou poderá ser) atingida através de uma consciencialização do que estamos a “ver mal”, é um libertar de sentimentos, é um poder ver com outro olhar que para além do nosso como que estivessemos a ver uma escultura e mudarmos a nossa posição, o nosso ângulo de visão…

A mudança carece de esforço e (principalmente) de muita disponibilidade… disponibilidade para parar, para nos analisarmos, para irmo-nos construindo depois de nos desconstruirmos, ou desconstruirmos a forma como achamos que tudo é… Não somos donos da razão e a forma como nos vemos, vemos os outros ou o mundo, nem sempre é a (mais) correcta… Há que ver isso, aceita-lo, e querer mudar… tudo passa pelo querer, não? Quanto à dor… Quantas vezes não tentamos fugir de nos confrontarmos? Pois é, as mudanças só existem se quisermos ver… e ver, confrontar trará dor…

Estou em processo de mudança… No início questionava-me /questionavam-me se queria ser outra pessoa… A mudança não estará na minha forma de ser, mas na forma como me vejo, como vejo os outros e o mundo… Serei a mesma pessoa, com o mesmo (mau) feitio, com as mesmas preocupações… os gestos, as atitudes poderão ser diferentes mas não porque mudei, mudou a visão…

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