segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

36ª Conversa - Banalidade

Outro Eu - No outro dia em conversa com amigos, estavamos a falar sobre as outras pessoas. Não, não era a dizer mal dos outros, era falar sobre conteúdo das pessoas em geral. Quando falámos sobre pessoas banais, isto é, sem açucar, sal e pimenta, disse, naquele momento em tom de brincadeira, que eu era banal e estava ali. Responderam-me logo prontamente que eu não era nada banal, apesar de eu pensar que o era. Pergunto-me: Será que eu penso que sou banal?
Acho sinceramente que penso que não o sou. Apesar de toda a baixa auto-estima que tenho, e que foi construida ao longo de sempre, considero-me uma pessoa inteligente (há quem diga que sou das pessoas mais inteligentes que conhecem, mas isso são exagerados) e que sei manter uma conversa quase sobre tudo. Claro que existem assuntos que desconheço por completo, mas pelo menos tento manter uma cultura necessária (sim, porque para mim não existe cultura geral) para o conseguir. E vejo muito para além das roupas, das montras, da moda e dos relacionamentos dos outros que saem nas revistas. Depois como poderei chamar-me banal se tenho um passado como poucos sequer imaginam, com alguns esqueletos no armário e alguns não tão bonitos quanto isso? Como poderei ser banal se sempre me preocupei com os outros, e não só com os próximos, mas com a sociedade e tento dar a minha contribuição? Como poderei ser banal se tenho intensões bem definidas do que quero para o futuro e estou de alguma forma a tentar começar contrui-lo? Como posso ser banal se daqui a uns meses me quero envolver mais directamente no mundo da política?

Claro que muitas vezes posso achar-me menos merecedora de tais pensamentos, mas acho que apesar de tudo, no meu intimo, nunca me considerei banal...

4 comentários:

Cris disse...

Desculpa, mas tenho que filosofar sobre este assunto de pessoas banais.
São essas etiquetas que a sociedade teima em imprimir nas pessoas que levam ao sofrimento. O que é ser banal? O que é não ser banal? Soa discriminatório. Há pessoas com quem temos afinidades e outras com quem não temos. Há pessoas mais dotadas a nível intelectual do que outras e outras mais dotadas a nível emocional ou a outro nível qualquer, ou a ambos, ou a todos. Sim, e depois? Isso dá-me o direito de ser arrogante? Quem sou eu para considerar o outro banal ou não? Quem sou eu para me considerar banal ou não? Há muita gente dita não banal, assim considerada ou que se considera, que tem um problema grave de humildade. Também falo contra mim,que muitas vezes faço juízos de valor que não devia fazer. E que também me coloco a etiqueta conforme a minha auto-estima esteja mais baixa ou mais alta. É bom termos noção do nosso valor, das nossas faculdades, das nossas virtudes. Mas também é bom termos noção dos nossos defeitos e daquilo que temos de menos bom, para que olhemos o outro com humildade.
Cátia, tu és intelectualmente dotada sim e tens valores e sentimentos nobres. Por isso, não deves ter baixa auto-estima. E deves valorizar as tuas características boas. Não te coloques etiquetas...
(falou aqui a banal :P)
Não sei se o meu discurso faz sentido aos outros, mas faz a mim.
Um beijinho

Cátia disse...

Cris, os posts que coloco aqui são para me fazer bem, mas se os coloco com comentarios abertos, sao para ser comentados, estao todos a vontade...

"Quem sou eu para me considerar banal ou não?" - Todo! Eu tenho todo o direito de me considerar o que quer que seja... Seja banal, seja inteligente, seja o que quer que seja... Agora se é verdade ou não já é outra coisa.

"Quem sou eu para considerar o outro banal ou não?" - nenhum! Mas atenção que nós não falavamos sobre os outros, muito menos em alguém em concreto, só sobre a característica. Isso faz de nós arrogantes?! A verdade é que toda a gente diz se o outro é bonito ou feio, porque é que é diferente falar em características intelectuais? Admito que apontar o dedo a este ou aquele por isso (que confesso que tambem ja o fiz uma ou outra vez) é mau e injusto. Agora quando se fala de uma forma geral nao percebo... É como os homens estarem a admitir que que gostam de mulheres loiras de mamas grandes. São assim... Mas tambem não é por isso que mudamos a cor de cabelo ou fazemos operações... ou pelo menos não devia ser.

Agora diz-me... sou "intelectualmente dotada sim e tenho valores e sentimentos nobres." Isso que dizer?
Beijocas

Patrícia disse...

O que é ser banal? O que é ser banal para mim, pode significar completamente o oposto para os que me rodeiam... Aliás, na minha opinião, ninguém é banal... Se achamos alguém banal é porque não conhecemos assim tão bem essa pessoa, porque há sempre algo diferente em cada um de nós, algo que rouba essa banalidade de que fala o post...

E é claro, que tu estás muito longe de ser banal...

Anónimo disse...

somos quem somos, somos humanos, todos!
negros, brancos, amarelos, inteligentes, menos inteligentes, adeptos de moda, adeptos de simplicidade...há de tudo!
Caractertizar por banal, ou não-banal não altera a premissa geral.
somos todos humanos, cada qual com o seu adn!

o adn do "outro eu" é simples:
sinceridade, honestidade, altruísmo e bondade.


piada seca: banal é eu dizer-te que tens um erro ortográfico no post: "...intensões bem definidas..." || deveria ser: "...intenções bem definidas..."

:)
bjss dear.