sexta-feira, 31 de julho de 2009

101ª Conversa - Depois de duas semanas...

Depois de duas semanas sem estar com a Rute, depois de duas semanas em que tudo aconteceu voltei lá. Contei-lhe do nó que me deu, da desilusão que tive ao perceber da minha "cobardia". Ao proferir esta palavra ela ralhou comigo, que eu estava a ser demasiado dura comigo. Disse-lhe então que alguém me tinha dito que não seria cobardia mas sim falta de confiança. Ela concordou, e explicou-me pela milésima nona vez o porquê destas minhas atitude. Falei-lhe então do meu rol de "não-acontecimentos" e... lá estava a causa.

É tão dificil mudar a forma de estar, de ver, de agir quando estamos intrinsecamente marcados pela envolvência... !

domingo, 26 de julho de 2009

100ª Conversa ... 28º visitas depois

Escrevo aqui a 100ª conversa desde que iniciei este blog, e já la vão 7 meses. Este espaço nasceu após a 3ª consulta com a Rute, talvez a consulta mais dificil até hoje. Nasceu porque naqueles dias só tinha duas soluções: ou cair ou lutar... e eu lutei... assim, desta forma. Lutei contra o silêncio, contra os maus pensamentos, contra o vazio e a dor. Aqui, ao longo destas 100 conversas lutei contra tudo isto... E tem-me feito tão bem!

Sei que muitos acham este espaço demasiado intimo para o virem comentar, ou pelo menos algumas conversas... Mas, meus amigos, apesar de tudo quero que este espaço continue a ser reflexo da minha alma. O meu sentido positivo fez-me abrir este espaço e aqui continuarei... peço desculpa por algum desconforto que isso possa causar em determinados posts.

As minhas visitas à Rute começaram no dia 22 de Dezembro, e que belo presente de Natal me dei! Desde então, até hoje, apenas não comparecemos 3 semanas: 1 era o meu aniversário, outra a Rute teve um congresso, e esta semana ela esteve de férias. Foram 28 visitas, 28 horas (um pouco mais) que tivemos em conjunto e em partilha... E grandes mudanças ocorreram em mim.

Tinha pensado que este post seria de balanço, mas nos ultimos tempos não sabia muito bem o que escrever (talvez graças ao nó que tive no pensamento) mas ontem, enquanto jantava com uma amiga, que me acompanha há 10 anos, vi que não era necessário dizer ou escrever nada. A minha conversa ontem foi diferente, a minha atitude está diferente, a minha visão do mundo continua semelhante (os valores não mudam!) mas de uma forma mais confiante... Ontem, enquanto a ouvia, e enquanto a aconselhava pensava para mim: "Quem é esta que está a falar por mim?? Quem te ouviu e quem te ouve!". E fiquei muito feliz comigo... sorri de mim para mim.

Hoje, 100 conversas e 28 visitas depois, sinto-me que dei um passo em frente... ou antes... vários. Se "não custa viver, custa saber viver", eu digo: estou a aprender.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

99ª Conversa - Na ausência

Hoje não estive com a Rute. Ela foi de férias, e como eu lhe disse: "todos merecem"! Mas estive a pensar e... agora acho que existem diversas profissões que não deviam ter férias: médicos de todo o tipo e feitio onde também quero incluir os psiquiatras e... Psicólogos! A Rute que me desculpe mas acho que não devia ter ido de férias. Quem lida com loucos (ou nem tanto) devia estar sempre por perto, ou será que um louco pensa: "agora vou portar-me bem e não ter nenhuma crise porque a Rute está de férias"?!* (ver nota de rodapé)

Hoje precisava de falar com ela, esta semana foi daquelas em que estive bastante em baixo e foi rica em acontecimentos que me deitaram ainda mais abaixo... Ontem não aguentava mais... Precisava de pensar que iria hoje estar com a Rute, e começar já a pensar de uma forma mais positiva, para lhe explicar... Mas sabia que isso não iria acontecer. E então... chorei. Chorei bastante, lavei-me nas minhas lágrimas...

Acho que me ajudou bastante e sei que devia fazê-lo mais vezes... O cansaço é também do acumulado... Hoje sentia-me com mais força, embora seja algo muito fragil e abalável ao longo do dia.

Esta "dose" apanhou-me de surpresa e não estou a conseguir reagir, dar-lhe a volta... Mas sou forte e tenho mais uma semana para encontrar uma solução.


*Brincadeirinha! Coitada da Rute, de tanto me aturar (e não, não me incluo no grupo dos loucos), as férias são mais que merecidas...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

98ª Conversa - Talentos...

A ida àRute na 2ª feira não correu muito bem, ou melhor, correu muito bem, mas saí um pouco em baixo. Apercebi-me que não me dou valor. Ok, isso não é grande novidade no geral. Mas a verdade é que me apercebi que, nas áreas que sempre me têm compensado (o trabalho e a escrita) também estou a deixar de me valorizar...

Sempre me superei na escola e agora no trabalho de forma a que isso de alguma forma compensasse o que não tinha nos outros lados... E cheguei a conclusão que a escrita, que tanto me tem acompanhado (e não me refiro apenas aos blogs), tem sido um grande escape. A Rute deixou-me e pressionou-me para uma questão: então porque é que não leva a escrita mais a sério? E de tanto me pressionar respondi-lhe: porque não me dou valor!

Agora, chego a esta etapa da minha vida e, eu que sempre pensei ser uma lutadora, apercebo-me que sou simplesmente cobarde, em que tenho muitas potencialidades mas que não as ponho a render... Existe uma diversidade de coisas que inicio e depois desisto ou não me esforço o suficiente para conseguir.

Deus dá-nos talentos, e cabe-nos a nós po-losa render... Mas eu só os tenho desperdiçado...

terça-feira, 14 de julho de 2009

97ª Conversa - A parte terapeutica da minha escrita

Ontem disse à Rute o que constatei na minha escrita descrito no post abaixo. Ela disse-me que já tinha percebido que a minha escrita fazia parte do meu lado saudável - que o facto de escrever aqui (neste blog) e mesmo os meus textos que me fazem bem. O exteriorizar faz-me assumir o que escrevo, faz-me pensar e... faz-me evoluir.

Mas a Rute deixou-me uma pergunta no ar que me deixou pensar e, de alguma forma triste: "Porque não leva a escrita mais a sério?"

domingo, 12 de julho de 2009

96ª Conversa - A mudança da (minha) escrita...?

Como a maioria dos que me visitam sabem, gosto de escrever ficção (como tantas vezes acontece no Ticho). No entanto, nos ultimos meses não escrevi quase nada, para não dizer mesmo nada. Na ultima semana, escrevi vários textos, alguns de rajada, tipo: dois em quinze minutos! Nada que antes não fosse comum, mas como disse, andava sem conseguir escrever uma linha direita...

E por isso ontem dei por mim a pensar na minha escrita. A verdade é que a minha escrita está diferente! Não, não é bem a minha escrita, mas os temas da minha escrita. Será que mudaram mesmo ou pura e simplesmente calhou?! Não sei bem... Só alguns (muitos poucos) têm acesso a tudo o que escrevo, e se calhar só esses (ou nem esses) poderão notar essa diferença, se é que ela existe mesmo...

Quando eu escrevia, alguém perguntava em tom de brincadeira: "Então quantos mataste desta vez?" ou "Qual foi a dor/doença que existiu desta vez?" Apesar disto ser um pouco exagerado, a verdade é que muitos dos meus textos havia alguém que morria, ou que sofria um acidente ou até que era maltratado. Não o fazia de uma forma trágica, fazia-o sempre de uma forma que service para chamar à atenção para algo: violência doméstica, depressão, paralesia, etc.. Como disse em cima, estes textos que tenho escrito, não metem nada destes ingredientes, ou têm alguma intensão ou são até optimistas... Mas não de uma forma superficial e barata!

Porquê escrever um post sobre isto ou reflectir sequer sobre isto? Porque, se eu não escrevia há varios meses (talvez desde o ano passado) e agora voltei a escrever de uma forma diferente, esta diferença só pode reflectir a mudança que está a existir em mim... E na escrita, parece-me significativa, o que em mim, também o será.

terça-feira, 7 de julho de 2009

95ª Conversa - Não ceder a pressões!

Toda a minha vida fiz o que era suposto, o que os outros (nomeadamente os meus pais) esperavam. Sempre segui o que era suposto, sempre fui, por assim a dizer, uma filha exemplar. Mas essas pressões - de "ter que fazer" - não me fazem bem. São impostas? Talvez um pouco, mas julgo que sou eu mesma que as imponho. - Não desiludir...

Essas pressões não me fazem bem e tenho que parar de as levar comigo para a frente... Terão que ficar para trás. Não será facil, porque é uma das coisas que mais está entranhada em mim, e por isso tenho que me educar, que treinar o pensamento...


Vou fazer o que me fizer feliz e não vou ligar ao que os outros querem ou o que vão pensar.
Vou fazer o que me fizer feliz e não vou ligar ao que os outros querem ou o que vão pensar.
Vou fazer o que me fizer feliz e não vou ligar ao que os outros querem ou o que vão pensar.
Vou fazer o que me fizer feliz e não vou ligar ao que os outros querem ou o que vão pensar.
Vou fazer o que me fizer feliz e não vou ligar ao que os outros querem ou o que vão pensar.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

94ª Conversa - A continuação...

Falei com a Rute sobre a nossa continuação. Ela respondeu-me que fizemos um pacto há uns meses atrás e que agora ela faria de tudo para que nós pudessemos continuar, já que a caminhada vai a bom ritmo e seria uma pena parar [principalemente porque teve que desenvolver algum trabalho para me fazer falar sobre tudo sem problemas...]. E foi o que ela fez.

Acho, cada vez mais, que a Rute é simplesmente espectacular como pessoa mas principalmente enquanto terapeuta - 5 estrelas! E... acima de tudo... faz-me muito bem! (e ela sabe-o)