quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

21ª Conversa

Outro Eu - Tu sabes, e pudeste ler no livro da Ryan, que a necessidade de demonstrações de atenção, dos outros para contigo, é um dos sintomas da baixa auto-estima e de alguma carência. De igual forma, o facto de te dares aos outros de forma sem limites ou preocupações é uma forma de compensação.
Eu - Sei disso...
Outro Eu - Claro que não digo é bom ser egoista ou fechado em si mesmo, mas o facto do "necessitares" e da "compensação nos outros" é que é mau. É tempo de te encontrares e seres mais auto-suficiente emocionalmente. Continuarás certamente a dar-te aos outros, continuarás a gostar de receber atenções, mas que seja de forma saudavel para ti. Ao trabalho...

23 comentários:

Patrícia disse...

Percebo-te perfeitamente quando dizes que existe uma necessidade de chamada de atenção para te sentires melhor. Acontece comigo também.. Demonstra carência e falta de algo importante... Mas acho que não devias mudar só porque é o que devia ser, a tua essência estará sempre lá, acho que o caminho certo não é fingir que somos fortes e estamos bem assim...
Porque nós seremos sempre nós... Tu serás sempre tu. E eu adoro-te assim

Anónimo disse...

Concordo com a Patrícia quando ela diz que deves continuar a ser quem és, porque não adianta realmente fingires. Mas, acho que tornares-te mais auto-suficiente emocionalmente não é deixares de ser quem és, porque continuarás a ser generosa, continuarás a ser um doce, mas serás mais forte, mais saudável e isso parece-me importante. Isso, na minha opinião que não vale muito nestes assuntos porque sou bastante ignorante, é um crescimento interno necessário ao teu bem estar.
Ao trabalho, mas não te apresses, demora o teu tempo, não tenho duvidas de que lá chegarás!!!

Beijo grande!

Anónimo disse...

Ainda voltei para tentar explicar melhor o meu ponto de vista. Quando eu digo que é necessário ao teu bem estar é porque acho que não estás bem com a "necessidade de compensação", se estivesses creio que a questão nem se colocaria. Acho que só devemos mexer no que nos deixa desconfortáveis. Quando um sapato te aperta o pé por mais que gostes do modelo ou que te digam que é bonito, deves trocá-lo por um que te faça bom andar.
...
Na volta ainda baralhei mais o comentário... :S

fui :D

Patrícia disse...

Pegando nas palavras da Marta, acho que o importante é tentarmos mudar ou alterar alguma coisa quando não nos sentimos bem com ela... Não pelo facto que tem que ser..
Eu sinto necessidade de atenção e procuro-a.. Se calhar nem sempre é justo para os outros... Mas sou assim e não vou ser diferente só para ser mais forte emocionalmente.. Às vezes até dava jeito, mas... não estaria bem se o fizesse...

Bem, tal como a Marta, acho que baralhei isto tudo xD

Beijinhos às duas!

Anónimo disse...

Patrícia, quando tu dizes: "Eu sinto necessidade de atenção e procuro-a.. Se calhar nem sempre é justo para os outros... Mas sou assim e não vou ser diferente só para ser mais forte emocionalmente.. Às vezes até dava jeito, mas... não estaria bem se o fizesse..." - perdoa-me a franqueza, mas creio que se estás bem com isso é porque o teu sapato ainda não andou no pé o tempo bastante para te criar o calo necessário. Não é pelo outros que deves ter auto estima, é por ti! Porque tu sabes que és boa quer os outros o reconheçam ou não.
Desculpem se estou a esticar esta conversa, mas a discussão além de estar interessante é também importante.
O que acontece muitas vezes com as pessoas que são muito carentes e que têm uma baixa auto estima é que acabam por precisar que alguém as valorize constantemente e lhes dê uma atenção também constante. Essas pessoas tem tendência a ser bastante ciumentas, porque temem perder o seu espaço. E isso mais tarde ou mais cedo acaba por começar a sufocar e a afastar o outro. Claro que quando isso acontece a pessoa sente-se injustiçada, revoltada, traída e na maioria das vezes não vê sequer o outro lado e mais tarde ou mais cedo começa tudo outra vez. Conhece outra pessoa, entrega-se e espera "fidelidade", mas vai cometer os mesmos erros, que para si não são erros, são a sua maneira de ser e volta a acontecer tudo da mesma forma. Sente-se infeliz e pensa que não tem sorte, mas nunca percebe que o problema parte de si, independentemente obviamente dos sacanas que encontre pelo caminho. Na vez seguinte, porque se nada fizer haverá outra vez , será ainda pior a sensação e por ai fora...
E o que é também interessante é que se contar a sua estória à próxima pessoa, ela irá dizer-lhe que tem razão, que tem tido azar com as pessoas com que se tem cruzado e que é perfeita da forma como é. E essa pessoa dir-lhe-á isso, umas vezes porque acredita e outras porque a quer mimar, a quer agradar, também sem perceber que essa sua atitude ajudará a que tudo aconteça de novo, mas com uma particularidade, no fim haverá uma frase deste tipo: “O que me deixa ainda pior é que ela/ele sabia que eu já tinha sido abandonada/traída, sabia o quanto eu já tinha sido magoada e fez ainda pior...”

...

Portanto nada deste “trabalho" é pelos outros, porque os outros entram e saem inevitavelmente da nossa vida, este “trabalho” é por nós que teremos em muitos momentos que ser auto suficientes. E quanto ao egoísmo, não será também uma forma de egoísmo dar para receber?

Beijinhos às duas!

Patrícia disse...

Creio que a auto-estima está muito longe de ser a única causa de carência e necessidade de atenção. Existem muitas outras razões que nos levam a precisar de algo ou alguém. Já fui bastante mais auto-suficiente do que hoje, por vários motivos. Hoje não sou assim tanto, sou ciumenta (tens o diagnóstico certo nesse aspecto), mas há sempre um esforço que se pode fazer para sermos mais fortes, embora eu pense que a essência está sempre cá dentro...
Penso que talvez não tenha conseguido expressar-me muito bem no último comentário.. Sinto-me "eu" assim como sou, apesar de ser difícil, por vezes, não ser auto-suficiente... Não tenho grandes problemas de auto-estima mas é claro que existem alturas em que está mais em cima, outras em que está mais em baixo, mas penso que é perfeitamente normal...

Quanto ao egoísmo, deixaste-me a pensar, a reflectir.. E de facto, talvez tenhas razão, afinal... damos porque queremos, mas a verdade é que esperamos sempre uma retribuição. Ok, sou egoísta. Afinal, ninguém é perfeito...

Beijinhos para as duas

Cris disse...

Marta,
vou deitar mais lenha para a fogueira, ou nem por isso. Concordo com tudo o que dizes, porque ao longo de vários anos tenho lutado contra essa forma de ser e agir em mim. Algumas batalhas já foram ganhas, mas outras ainda estão a decorrer.
Beijocas grandes. E estou a gostar destes debates provocados pela nossa amiga Cátia.

Patrícia,
eu também espero retribuição, também sou egoísta, mas, muitas vezes, contradigo-me porque não a aceito.
beijocas também para ti

Cátia,
Um xi do tamanho do infinito! Todos temos que trabalhar a auto-estima e, principalmente a aceitação do nosso eu. A partir daí, pode-se trabalhar o que achamos não estar tão bem. Eu gosto de ti como és: alguns defeitos e muitas virtudes!
Aceita-te. Sê como és, como costuma dizer o meu amigo Miguel do http://serenismo.blogspot.com
É claro que eu estou a dizer isto tudo e eu própria tenho muito que trabalhar ainda.

Marta disse...

Patrícia falei para directamente ti apenas na parte do calo. Não TE estava a diagnosticar, falava no geral. No que o meu calito, que não é ainda tão grande quanto um dia será me ensinou. Como é evidente não te conheço o bastante para saber da tua auto-estima.

Não acredito que haja alguém que não goste de um mimo. Não acredito que haja alguém que seja SEMPRE auto-suficiente. Não acredito que haja alguém que nunca pense na retribuição. Não acredito que haja alguém que não tenha os seus momentos de egoísmo. E acima de tudo não acredito que isso seja mau. Na minha opinião, que volto a lembrar vale o que vale, o problema não está em sermos um bocadinho de cada coisa, o problema está em sermos seja o que for, para o bem ou para o mal, sempre ou nunca. É a falta de meio termo que nos deixa em apuros. A retribuição sabe bem obviamente, mas se ela não aparecer sempre não vem mal ao mundo.
E quando digo apuros não falo nos que temos com os outros, mas dos apuros internos, são esses que dão cabo de nós.
Quando somos vitimas de uma injustiça, sofremos, mas percebemos e seguimos, quando cometemos uma injustiça com alguém podemos arrepender-nos, pedir desculpa e seguir. Mas quando nos “injustiçamos” a nós, quando o alvo da nossa ditadura somos nós mesmos, não é fácil seguir.
Cada vez que caímos é claro que é bom ter uma mão estendida que nos ajude a levantar, mas o mais importante é sabermos nós próprios colocarmo-nos de pé. É sabermo-nos capazes. E por norma nós somos muito mais fortes e resistentes do que pensamos. Dias de merda? Temos todos, fazem parte do maravilhoso equilíbrio que é a vida.
Claro que de vez em quando também todos fazemos birra (eu faço e muitas) e batemos com os punhos no chão, porque somos uns infelizes... até percebermos que muitas vezes somos é cegos e surdos.

E quanto a ser egoísta eu sou doutorada no assunto. ;)
Não tomes o que digo como algo pessoal, para ti ou para a Cátia, é algo geral, um devaneio uma reflexão, como queiras.
E se estás bem isso é o que realmente importa não é? A tal história do sapato, se o teu é confortável, não importa se te dizem que não está na moda!


Cris,

Acho sempre bom haver batalhas, a guerra só termina quando deixamos de cá andar. E convém sairmos vencedores, é isso que queremos.
Quanto às discussões, eu também estou a gostar muito delas. E este espaço é... um orgulho para mim dizer que sou prima postiça da autora. Não é porque a escrita é brilhante, já a vi escrever coisas muito mais elaboradas, mas nunca a tinha visto assim, “sem roupa” e a moça é jeitosa ou não é?! :D

Cátia,

Já vinhas aqui dizer qualquer não? Nem que fosse um: “Façam menos barulho ó fáxavouri!!!” :P

Beijos para as três!!!

Marta disse...

* coisa

qualquer coisa :D

Patrícia disse...

Beijinhos para vocês :-)

Tenho muito orgulho neste espaço também :)

Marta disse...

oh da casa!
Serve lá aqui qualquer coisa ao pessoal que a gente tem a garganta seca!

Marta disse...

Nada?

Marta disse...

Forreta!

Marta disse...

Palhaçaaaaa

Marta disse...

Anda cá se tens coragem.

Marta disse...

Afinal és um homem ou um rato?

Marta disse...

*cof cof (afinar a voz dramática e o ar teatral)

Farta de ser ignorada vou partir!!!!

Patrícia disse...

lol

Só tu Marta lol

Anónimo disse...

Eu tenho aqui as bejecas.
Tudo eu, tudo eu...

Alguém me trás as alcagoitas faxavouri!!!

Cátia disse...

Acho que o mais importante é mesmo nós sentirmo-nos bem connosco mesmos. Não estou a dizer que vou mudar, que vou deixar de ser quem sou, pelo menos na essência das coisas. Como diz o post, acho que me quero tornar mais auto-suficiente, mais segura de mim. Ter a certeza do meu valor, melhorar auto-estima. Continuar a achar que os outros gostam de mim, sem a "necessidade" de que o digam ou demonstrem. Saber que os outros têm os seus problemas, as suas dificuldades e que nao podem estar sempre ao lado, embora torçam por mim de igual forma. Saber que sou importante para eles...

Quero ser mais saudável, porque saude não é so fisico. E sei que nada acontece de um momento para o outro, mas o primeiro passo é mesmo a consciencia de mim mesma.

Gostei desta "nossa" discussão. Obrigada a vós que me acompanham e dão força. Gosto mt de voces, voces sabem...
Beijinho mt grande

Cátia disse...

O outro comentario ficou com um portugues ranhoso, mas deve ser a falta de pratica de escrever aqui...

Acho que, quanto ao egoismo, todos somos um pouco sim. Mas existe um egoismo que é mais facil de conviver do que outro. Quando é um egoismo muito exigente para o outro, pode fazer com que nos afaste da pessoa que queremos por perto. Mas sei tambme que não o fazemos de forma consciente, é mais uma necessidade. Quando nao estamos bem, precisamos de um amparo para nao irmos ao fundo. Claro que todos passam por isso, mas existem pessoas que o precisam com mais frequencia. Essa frequencia muitas vezes é provocada pela falta de bases em casa ou no passado, muitas vezes é provocada porque existe a descoberta de uma atençao que nao se está habituada... Mas acho que nisto deve-se seguir o mesmo conselho das bebidas alcoolicas: Beber com moderação.

Não estou a dizer que o faço, mas sei que o quero fazer... com moderaçao e consciencia, com mais auto-controlo.

Cátia disse...

Este canto é um sitio que pretendo "discutir" estes assuntos. Quero pensar e reconhecer em mim e nos outros o que quero mudar, o que posso mudar. Muitas são as vezes que tentamos fugir de pensar ou falar de nós, mas porque não tomar consciencia de nós mesmos, se temos que conviver com o nosso eu e outro eu diáriamente, 24h por dia? Vivemos com estranhos dentro de nós? Como nos dar a conhecer, se não nos conhecemos?

A Marta diz que este sitio é corajoso... Talvez não usasse essa palavra, mas acho que o é sim. Gosto dele, gosto de escrever de forma livre sem pensar nos outros (peço desculpa mas é verdade), escrevo para mim... De mim para mim, formalizando pensamentos através de palavras.

Apresento-vos o meu Eu e o meu Outro Eu! Fico muito orgulhosa por me acompanharem. Sei o quato isso vale.

Cátia disse...

Marta,

Agora tu... Apanhaste-me fora de casa (sim, porque ainda há quem trabalhe!) e poes-te para ai aos berros! Estás em casa e podes ficar à vontade (assim como todos os amigos), mas nao é preciso fazer tanto barulho, ou é??Livra que ainda sou multada por excesso de poluição sonora! O que vale é que a minha casa é já certificada, sim que estas modernices ja chegaram aqui!

Eu levo o vinho, porque bejecas nao sao mt o meu estilo... Ouvi dizer que frutos secos não sao para ti, para que queres alcagoitas? Sao excepção?


Beijocas para todas e o meu obrigada