sábado, 28 de março de 2009

59ª Conversa - I'm not perfect but I'm not lost

A Carracinha escreveu um post que se intitula de "I'm not perfect but I'm not lost!", sobre o facto de admitir que não é perfeita... E isso deixou-me a pensar. Acho que para a generalidade das pessoas, a verdade de que não somos perfeitos é algo de normal e natural., no entanto, acho que para ela, e para mim com certeza, essa é uma verdade difícil de aceitar. Não, não é que eu tenha pretensões a ser mais ou menos que alguém, não! A verdade é que sempre fui "treinada" ou pressionada para não errar, para tentar fazer o melhor e ser o melhor, e isso fez com que lide mal com os erros, com as imperfeições, com as quedas. Faz com que as quedas pareçam ser monstruosas... E que só se avance quando se tem a certeza de acertar, o que também faz com que avancemos menos, ganhemos menos.

Com a Rute ando a tentar desculpar-me de alguns erros que fiz, de alguns erros que faço. Não sou perfeita, e tenho que aceita-lo e não deixar que os outros pensem que o sou... Não, não sou! Erro sim, e irei errar muitas vezes ao longo da vida... Sou demasiado exigente para comigo e isso não é bom porque a decepção é mais frequente...

"Quero lá saber!" - É uma forma que, não sendo de todo verdade, é um bom principio para começar a dar menos importância ao que os outros esperam de mim... Sou assim: imperfeita e a (começar a) gostar de o ser.

quarta-feira, 25 de março de 2009

58ª Conversa - Relação terapeutica vs relação comigo...

A conversa com a Rute (acho que vou mesmo passar a chama-la a sim) na segunda-feira correu bastante bem. Não tinha estado com ela, e sentia falta... Falta de parar, falta de arrumar ideias e pensamentos. Os momentos passaram tão a correr que nem me apercebi...

A Rute disse-me que ainda estamos no início da nossa relação terapêutica... Não percebi e questionei-a sobre o assunto. Ela disse-me que a nossa relação terapeutica só estará completamente definida quando eu não tiver sequer que pensar para lhe contar o que quer que seja. Mas eu disse-lhe que existem coisas que eu nem sequer quero pronunciar em voz alta porque assim não quero ouvir-me dize-las. Não que não confie nela, mas apenas porque me são dificeis de assumir, sejam momentos passados, sejam sentimentos, sejam sequer pensamentos... Disse-lhe que não era por ela que sentia dificuldade de falar mas por mim... "- E então, partindo do mesmo pressuposto, quer dizer que eu não tenho uma boa relação comigo...?!", perguntei. "- Qual é a duvida??!", respondeu ela de rompante! E desatamo-nos as duas a rir...

57ª Conversa - a mudança

A aNa tem um blog que costumo visitar mais ou menos assiduamente. Alguém com quem me cruzei no blog de alguém, amigo de outro alguém que frequentava tambem um blog que eu conheci, no blog de outra pessoa, que outro alguém me chamou a atenção... Conheci e fui ficando... Foi a aNa quem me deu a conhecer a Rita (Rita chamo eu, Rute chama-se ela... Mas o que é que isso interessa?) no seguimento de um post sobre terapias... No outro dia e a respeito de mudança a aNa escreveu:

"a mudança interior é uma coisa que só está relacionada connosco e com o desconforto do nosso statu quo. é, portanto, uma coisa pessoalíssima.
querer encontrar motivações externas para a iniciar, é o mesmo que procurar legitimidade para o nosso insucesso - porque é bem verdade que, estando inspirados, arranjar desculpa para o que não conseguimos fazer é uma das maiores artes do ser humano.
para além disso, a mudança não se faz sem dor - às vezes, muita dor. portanto, quando alguém se propõem a mudar, é bom que esteja consciente da empreitada que vai iniciar. e se é isso mesmo que deseja. não é por nada em especial, mas é sempre bom evitar situações que nos provoquem frustração"


E eu escrevi:

A mudança é mesmo uma coisa pessoalissima e sim, está relacionada com a nossa forma de nos vermos, mas mais que isso está relacionada com a forma como (ainda) deixamos que o passado interfira no nosso presente… ou… como deixamos que as marcas dolorosas do passado, interfiram na nossa felicidade do presente.

A mudança deve (ou poderá ser) atingida através de uma consciencialização do que estamos a “ver mal”, é um libertar de sentimentos, é um poder ver com outro olhar que para além do nosso como que estivessemos a ver uma escultura e mudarmos a nossa posição, o nosso ângulo de visão…

A mudança carece de esforço e (principalmente) de muita disponibilidade… disponibilidade para parar, para nos analisarmos, para irmo-nos construindo depois de nos desconstruirmos, ou desconstruirmos a forma como achamos que tudo é… Não somos donos da razão e a forma como nos vemos, vemos os outros ou o mundo, nem sempre é a (mais) correcta… Há que ver isso, aceita-lo, e querer mudar… tudo passa pelo querer, não? Quanto à dor… Quantas vezes não tentamos fugir de nos confrontarmos? Pois é, as mudanças só existem se quisermos ver… e ver, confrontar trará dor…

Estou em processo de mudança… No início questionava-me /questionavam-me se queria ser outra pessoa… A mudança não estará na minha forma de ser, mas na forma como me vejo, como vejo os outros e o mundo… Serei a mesma pessoa, com o mesmo (mau) feitio, com as mesmas preocupações… os gestos, as atitudes poderão ser diferentes mas não porque mudei, mudou a visão…

segunda-feira, 23 de março de 2009

56ª Conversa

Já não vejo a Rita há duas semanas... Sinto-lhe a falta, sinto a falta daqueles momentos em que o mundo pára. Balanço destas duas semanas? A correr e sem tempo para pensar em mim... Sinto-lhe a falta. Mas hoje está marcado, hoje é o dia!

55ª Conversa

Quando iniciei este espaço, pensava apenas em exteriorizar pensamentos e sentimentos. Este era um espaço onde não me importaria com quem lesse... Este era um espaço onde eu seria eu e outro eu... aqui, sem máscaras.

Manterei este meu pensamento, não quero conter-me aqui. Sei que existem ou existirão pessoas que se tocarão por se sentirem aqui vistas ou revistas... Por escrever aqui o que não digo. Mas muitas vezes o que aqui está escrito são "repentes", são sentimentos instantâneos, é uma exteriorização de um momento, e não é algo que me determina, que não determina um dia... Sei também que muitos não vêm aqui porque não existe aqui nada de muito interesse, não existe uma casa bonita, não existem frases filosóficas, não há música de fundo, nem tão pouco imagens apelativas. Sei também que muitos vêm aqui, e que não comentam por acharem um lugar intimo... Estejam a vontade... Aqui é assim, sou e serei assim aqui.

sexta-feira, 20 de março de 2009

54ª Conversa

Estou extremamente cansada... Cansada ao ponto de não saber o que digo ao ponto de fazer paragens no discurso, ao ponto de não saber a letra daquela música que eu canto sempre... Pergunto-me: e para quê?! Eu sou assim: corro, corro, canso-me e mato-me pelo trabalho, mas no fim apenas fica o vazio... O cansaço psicológico em conjugação com o cansaço físico e um tempo de recuperação física mais lento, torna-me mais impaciente, sem vontade de fazer, de falar, de estar... Às só me apetecia que o mundo se esquecesse de mim...

quarta-feira, 18 de março de 2009

53ª Conversa

Cada vez mais sinto que as minhas idas à Rita são os únicos momentos em que posso parar para pensar... Pensar em mim, pensar na vida, no que quero e no que não quero. A vida tem sido uma correria e não dá tempo para nada. Esta semana não estive com ela, mas faz-me falta. Faz-me falta pensar, descansar do mundo e ser apenas eu... Eu e ela numa sala fechada, onde o mundo está congelado. A única coisa que me faz lembrar do tempo é o pequeno relógio que corre das 19h às 20h. Por agora apenas corro e espero até à proxima vez...

sexta-feira, 13 de março de 2009

52ª Conversa

Ando cansada, de rastos, sem tempo para nada, para ninguem, principalmente, nem para mim. Desmarquei saidas, desmarquei fins-de-semana, desmarquei o encontro com a Rita na proxima segunda feira... Há trabalho a fazer e eu... cá estou! Se alguém me agradece? Não, eu sei que não... Mas tem que ser, não é? O dever chama e no final tem que estar tudo pronto na data prevista. Quantas horas é suposto trabalharmos por dia? Pois... é isso... a esta hora ainda cá estou, e... amanha é outro dia...

quarta-feira, 11 de março de 2009

51ª Conversa

Ainda sinto o sabor das lágrimas que me cairam... Cairam por um motivo que não existe, por um espaço que não tenho, por uma luta que não travo. Sinto ainda a sensação de as ver saltar e das palavras a ficarem presas na garganta. Olho o espaço vazio e vejo-me lá atrás, em dias que passaram, em viagens que fiz, em idas e vindas por essa distância que me separa do presente. Olho o espaço enquanto o olhar fica turvo... Apago a luz, fecho os olhos e adormeço.

quarta-feira, 4 de março de 2009

50ª Conversa

Como disse a Rita, era preciso o lado formal falar... E foi assim, o meu lado formal falou... E hoje fechei-te a porta...

49ª Conversa

Quem és tu para pensares que tens direito ao que quer que seja? Porque te atribuis um valor que não te dou? Porque pensas que podes mandar e desmandar no que é meu ou no que me diz respeito? É isto, e por isto que nunca te conto de mim, da minha vida... Porque tenho que me arrepender sempre que abro a porta?

Grrr... Raiva, furia é o que despertaste em mim, parabéns!

Adenda: redimiste-te... era o minimo...

terça-feira, 3 de março de 2009

48ª Conversa - Hoje é o dia...

Hoje é o dia de voltar lá, aquela casa que é minha, aquela onde cresci, onde aprendi, onde me tornei mulher. Aquela casa trago-a no peito, lá aprendi que existe um mundo novo lá fora e que a vida é para ser vivida. Lá conheci gente tão diferente que pensava inatingivel. Lá tornei-me quem sou.

Mas num sopro rasgado no peito digo baixinho que hoje não me apetece ir lá, nem ver aqueles que foram colegas de caminhada, aqueles que cresceram comigo ou que me fizeram crescer... alguns à força. Não me apetecia encontrar aqueles que me vão perguntar pelos sucessos que não tenho (ou talvez tenha) ou pelo futuro que será diferente do que todos esperam. Estarei eu a fugir novamente? Estou eu a desistir? Estou eu a deixar de lutar? Ou estarei eu apenas a ir por outro caminho apenas porque quero e assim escolhi? Que não me perguntem hoje pelo exame que não vou fazer... Hoje voltarei lá, sem palavras para contar...

segunda-feira, 2 de março de 2009

47ª Conversa

Existem pessoas que não quero na minha vida. Não quero no presente, porque o passado foi longo e doloroso... Quantos anos? Conto quase 8 longos anos... Porque é que o telefone ainda toca com o teu nome? Fazes-me mal, faz-me mal ver o teu nome, fazes-me mal... Porque toca ainda o telefone com o teu nome? Fazes-me mal... Já to disse? Acho que não... Mas desta vez não terás resposta, não saberás de mim... Sabes uma coisa? Já não estou aqui... Segui caminho. Tu? Tu ficaste lá atrás.

domingo, 1 de março de 2009

46ª Conversa

Quando estive com a Rita, na passada semana, entrei e saí de lá de peito aberto, cheia de força, de coragem para mover montanhas. Hoje já não estou assim mas estou bem... Sei qual é o meu caminho, sigo-o passo após passo. No final ficará a vitória, não aquela para ser aplaudida de pé, mas aquela mais importante em que saio confiante com passo forte mas sereno ao mesmo tempo. Sigo para lá...