quarta-feira, 29 de setembro de 2010

173ª Conversa - As conversas que não existiram...

Em minha casa não existe o costume de falar... De se falar sobre assuntos que nos preocupam ou que são, por alguma razão, importantes. Não me lembro de, vez alguma, sentarmo-nos todos na sala (ou em qualquer outro lugar) a falar sobre determinado assunto. Isto é dificil de compreeender para quem está de fora e dificil de mudar para quem está por dentro.

No último ano comecei devagar a tentar perceber em mim que isto tinha que mudar, mas infelizmente não me sucedi muito bem com o outro lado. Em todo caso, nas últimas semanas e por necessidade (deles) precisei de abordar os vários familiares. Tive e tenho alguma dificuldade em fazê-lo mas, por outro lado, pergunto-me como é que se consegue viver assim? Como é que alguém consegue formar uma familia se as pessoas não falam mais do que meia duzia de frases banais?

Será isto normal em outras famílias?

3 comentários:

Maria Clarinda disse...

Sabes Minha Querida, infelizmente nos tempos de hoje, é o que mais sucede entre as famílias, a falta de diálogo, é sem sombra de dúvida uma das realidades diárias, que mais levam a pais não saberem nada dos filhos e vice versa. Nunca me esqueço, que aqui há uns três anos querendo falar com uma Mãe, disse ao filho que nunca a via, e a resposta dele foi eloquente: “Ah a Sra queria falar com a minha mãe, pois eu também...não sei dela há quase uma semana, quando chego eles já dormem, quando me levanto eles já saíram..”.
E assim se vão deteriorando os laços familiares ,a tal falta de comunicação, que faz que na mesma casa vivam seres que mal se falem, mal se conheçam...
Cabe a nós tentarmos dar a volta...se por vezes fácil, outras tremendamente difícil..., e sim aí torna-se complicado formar uma família.
Conclusão ao teu post? Vale a pena lutar, para que as coisas mudem nem que seja um milímetro, ficaremos com a consciência de que tentámos, embora nos pareça que não...as nossas palavras ficarão a germinar...se não derem frutos, não nos poderemos responsabilizar, e tentaremos um dia ter uma família que nunca siga estes parâmetros do não diálogo.
Um beijo de carinho, de ternura

Anónimo disse...

Na minha era. Entretanto, deixou de ser formalmente família. Deixou de ser aquilo que nunca foi.

Jorge Freitas Soares disse...

Olá Cátia

São os sinais dos tempos, há a televisão, o computador, o telemóvel, há sempre outras coisas... e as pessoas vão-se afastando.. e em lugar de família passam a ser estranhos.. e o pior, é que não vejo como as coisas possam mudar.

Jorge